Título: 'Em 3 a 5 anos, todos os grandes estarão aqui'
Autor: Cançado, Patrícia e Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/05/2007, Economia, p. B4

Na busca por retornos mais robustos, os investidores estrangeiros começam a desembarcar no Brasil dispostos a gastar bilhões. Com a saturação e redução dos lucros em mercados como Europa e Estados Unidos, o País começa a ser visto como opção promissora para novas aquisições.

¿Em três a cinco anos, todos os grandes fundos de private equity estrangeiros (que compram participação em empresas) estarão aqui¿, diz Álvaro Gonçalves, um dos sócios do fundo Stratus, que na semana passada participou de uma conferência global do Banco Mundial sobre as tendências dessa indústria para os mercados emergentes. ¿No Brasil, ao contrário dos EUA, dá para ganhar dinheiro sem fechar o capital das empresas.¿

O Carlyle, um dos maiores gestores de private equity dos EUA, está montando escritório no País. Outro gigante, o Texas Pacific Group, tem visitado empresas, Bovespa, concorrentes e associações nos últimos tempos. A americana Bain Capital deve chegar em até três anos. ¿Muitos desses grupos já embolsaram lucro das operações feitas na Europa e nos EUA e agora têm dinheiro para fazer investimentos nos mercados emergentes¿, diz o sócio de Corporate Finance da KPMG, Cláudio Ramos.

Há quatro anos, os fundos foram para China e Japão. Nessa época, o Brasil não estava preparado para receber os investimentos. Hoje a situação é diferente. Os fundamentos econômicos melhoraram e o mercado de capitais, essencial a essa indústria, começa a ganhar corpo. Além disso, o Brasil está a um passo de atingir o grau de investimento, diz o sócio da PricewaterhouseCoopers, Raul Beer.