Título: Apenas 3 de 8 seccionais aceitam falar sobre o caso
Autor: Pereira, Rodrigo
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/06/2007, Metrópole, p. C3

A reportagem procurou ontem os oito delegados seccionais da capital, para esclarecer a suspeita de recebimento de propina do advogado Jamil Chokr, ligado a empresas de caça-níqueis. A maioria não respondeu aos contatos. Um deles alegou problemas de saúde para não falar. Sete das oito delegacias seccionais são suspeitas de receberem propina vinda da máfia dos caça-níqueis. Apenas a 8ª Delegacia Seccional, em São Mateus, zona leste, não aparecia nas anotações de Chokr.

O titular da 6ª Seccional (Santo Amaro, zona sul), Fernão de Oliveira Santos, disse que é preciso saber ¿de que época são essas anotações¿. ¿Um policial da minha região que consta na lista de afastados não trabalha na delegacia citada desde o ano passado.¿ Santos assumiu o cargo em janeiro.

Outros dois delegados aceitaram falar sobre o caso. O titular da 7ª Seccional (Itaquera, zona leste), Nicanor Nogueira Branco, negou as acusações. ¿Se houver irregularidades, serão apuradas.¿ Luiz Carlos do Carmo, titular da Seccional de São Mateus, considera a denúncia algo ¿muito controverso¿. ¿A Polícia Civil vem batendo duro nos caça-níqueis. Por que estaria recebendo propina?¿ Carmo acrescentou que, desde o começo do ano, só em sua região foram apreendidas mais de 600 caça-níqueis. Ele disse ainda que foram instaurados mais de cem inquéritos policiais após as blitze.

Os demais delegados deram explicações diversas para não se manifestarem. Dejar Gomes Neto, da 1ª Seccional (centro), alegou problemas de saúde. Naief Saad Neto, da 2ª Seccional (Sul), disse que estava numa reunião e não retornou a ligação. A mesma justificativa foi dada pelo delegado da 5ª Seccional, Jurandir Correia de Sant¿Anna, que também não se manifestou.

Dejair Rodrigues, da 3ª Seccional (Oeste), não quis comentar o assunto. Elisabete Sato, titular da 4ª Seccional (Norte), pediu para que a reportagem procurasse a Secretaria de Segurança Pública (SSP). A Assessoria de Imprensa da pasta, por sua vez, não deu nenhuma resposta até o fechamento desta edição.