Título: Vendas no varejo crescem 9,2% no ano
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/06/2007, Economia, p. B4

As vendas do comércio varejista continuaram a crescer em abril. Houve aumento de 0,4% ante março e de 7,5% na comparação com abril do ano passado. 'Não há nenhuma mudança drástica na conjuntura econômica e isso dá confiança ao consumidor', disse o técnico da coordenação de Serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira. No primeiro quadrimestre de 2007, o setor acumulou alta de 9,2%.

'Não há grandes novidades no desempenho do comércio porque não há nenhuma notícia nova na economia que abale essa trilha de crescimento das vendas', disse Pereira. Ele citou a queda na taxa de juros (Selic) e a expansão do crédito como fatores que têm beneficiado o comércio.

Para Alexandre Andrade, analista da Tendências Consultoria, era de se esperar uma desaceleração da taxa de crescimento das vendas apuradas pela pesquisa do IBGE, já que a elevação observada em março foi muito forte. Em março ante fevereiro, as vendas tinham crescido 1,1% e ante março de 2006, aumentaram 11,6%.

Ele observou, assim como Pereira, que um dos fatores que influenciaram os resultados foi a Páscoa. Este ano, caiu no início de abril e, em 2006, no fim do mês. Desse modo, parte das vendas relativas à data, que no ano passado tinham se concentrado integralmente em abril, neste ano ocorreram em março.

Especificamente sobre o desempenho registrado em abril ante março (0,4%), Pereira observou que a estabilidade no rendimento e no emprego nas seis principais regiões metropolitanas do País contribuiu para as quedas nas vendas ocorridas em algumas atividades do varejo. Houve recuo, nessa comparação, em tecidos, vestuário e calçados (-1,7%), combustíveis e lubrificantes (-1,5%) e móveis e eletrodomésticos (-3,6%).

A estabilidade registrada ante março em hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%) também foi atribuída por Pereira à estabilidade na renda e na ocupação. Esse segmento, que tem maior peso na pesquisa (cerca de 30%), com expansão de 4,2% em abril ante igual mês de 2006, representou a maior contribuição individual (2,3 ponto porcentual) no crescimento de 7,5% apurado nas vendas totais do comércio nessa base de comparação.

Outra forte influência no desempenho mensal do comércio foi dada pela atividade de móveis e eletrodomésticos (aumento de 13,1% e contribuição de 1,8 ponto). Segundo Pereira, esse segmento está sendo influenciado positivamente pela 'manutenção de condições favoráveis de crédito, rendimento, emprego e preços'.

O terceiro maior impacto nas vendas no mês foi dado por outros artigos de uso pessoal e doméstico (que inclui loja de departamentos), que registrou alta nas vendas de 23,5% e contribui para a taxa com 1,6 ponto. Para Pereira, o bom desempenho dessa atividade - para a qual não há dado comparativo a mês anterior - responde ao 'quadro positivo geral da economia'.

Movimento em SP cresce 6,2%

As vendas no comércio paulistano cresceram 6,2% na primeira quinzena de junho ante o mesmo período de 2006. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que indica as negociação a prazo, cresceram 5,4% no período, enquanto as consultas ao UseCheque, que aponta as vendas à vista, apresentaram elevação de 7%. Os dois sistemas resultam num movimento médio de alta nas vendas de 6,2%.