Título: Blair pode ser enviado especial
Autor: Sant'Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2007, Internacional, p. A18

Os EUA estão pressionado o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que deixa o cargo na quarta-feira, a tornar-se enviado especial para o Oriente Médio, revelaram ontem funcionários americanos. Se a proposta, apoiada pelo presidente George W. Bush e a secretária de Estado Condoleezza Rice, for levada adiante, Blair representará os EUA, a União Européia, a ONU e a Rússia - conhecidos como 'o quarteto' - nas negociações para construir as instituições necessárias para a criação de um Estado palestino. Funcionários britânicos disseram que Blair ainda não decidiu se assumirá a tarefa.

Israel e o novo governo palestino iniciaram ontem os primeiros contatos de alto nível, marcando o fim de um boicote israelense de 15 meses à Autoridade Palestina (AP). A chanceler israelense, Tzipi Livni, telefonou ontem ao novo primeiro-ministro, Salam Fayyad, e disse que o estabelecimento de seu governo de emergência - no lugar do liderado pelo Hamas - 'permitirá o progresso em várias questões, assim como o avanço no processo político'.

Em outra medida para fortalecer o novo governo palestino, a União Européia decidiu pagar milhões de euros em dívidas acumuladas pela Autoridade Palestina. 'Pretendemos pagar diretamente 22 milhões (US$ 30 milhões) para reduzir as dívidas da Autoridade Palestina, particularmente ao setor privado', disse a comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, ao Parlamento Europeu. Um mecanismo temporário criado para transferir fundos internacionais aos palestinos sem que eles caíssem nas mãos do governo - até semana passada liderado pelo Hamas - será mantido, apesar da exclusão do grupo radical do novo gabinete.

'A retomada de assistência direta à AP envolve certas condições técnicas e de controle em termos de auditoria e verificação. Já estamos conversando com o novo primeiro-ministro sobre como isso pode ser alcançado', disse Benita.