Título: Emprego formal cresce 18,8% e bate recorde
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2007, Economia, p. B8

Favorecidas pelo ritmo mais intenso de crescimento da economia, as empresas brasileiras abriram 913,8 mil vagas com carteira assinada de janeiro a maio deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

O resultado, recorde na série histórica iniciada em 1991, significou um aumento de 18,8% na comparação com os postos de trabalho criados no mercado formal em igual período do ano passado. Somente em maio deste ano, o Caged registrou um acréscimo de 212,2 mil vagas na economia, um número 6,3% superior ao verificado no mesmo mês do ano passado.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, avaliou ontem que o 'ritmo intenso' das admissões dos cinco primeiros meses do ano pode começar a se reduzir no segundo semestre. Mesmo assim, Lupi aposta que 2007 terá 'o maior número de criação de empregos formais da história do Caged'.

Para isso, o dado terá de superar o ano 2004, quando 1,5 milhão de vagas foram abertas no mercado de trabalho. No período de 12 meses encerrados no mês de maio, o Caged acumula um saldo de 1,374 milhão de novos empregos.

EXPANSÃO GERAL

Todos os setores da economia, em maio, apresentaram expansão nas contratações com carteira assinada. E todas as regiões do País contrataram mais pessoal do que demitiram, com São Paulo ocupando o primeiro lugar entre os Estados, com a abertura de 81,4 mil novos postos de trabalho.

Em relação a abril passado, no entanto, quando a abertura de postos de trabalho atingiu o pico deste ano, com mais 301,9 mil empregos, o ritmo de admissões se desacelerou em maio, o que foi atribuído pelo ministro a 'questões sazonais'.

O setor agropecuário, em maio, abriu 80,3 mil vagas, explicadas pelo início do cultivo das lavouras de café e de cana-de-açúcar. Por causa do crescimento expressivo na atividade de plantação de cana-de-açúcar, o Ministério do Trabalho anunciou que em julho intensificará a fiscalização para coibir o trabalho em condições degradantes nesse segmento. De janeiro a maio, a agropecuária criou 172,1 mil postos.

INDÚSTRIA E SERVIÇOS

A indústria foi responsável pela abertura de 57,5 mil novas vagas em maio, superando em 18% o resultado do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, já são 271,7 mil empregos a mais.

No setor de serviços, foram criados 39,5 mil novos postos formais de trabalho, com destaque para os serviços de comércio, administração de imóveis, transportes e comunicações. Mas em maio do ano passado o setor havia empregado mais: 52,3 mil pessoas. Na construção civil, foram abertos 13,7 mil postos, menos que os 16,2 mil de maio de 2006.

O Caged é um cadastro mensal em que são registradas todas as demissões e as contratações realizadas pelas empresas privadas. Ficam fora da estatística o setor público e os empregados domésticos.