Título: PT e PMDB lideram ofensiva contra CPI
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/06/2007, Nacional, p. A8

O PT, o PMDB e as bancadas de Alagoas, da Bahia e do Ceará montaram uma verdadeira operação abafa para tentar impedir a instalação da CPI da Navalha. É o que mostram dados levantados pelo deputado Augusto de Carvalho (PPS-DF), com base no cruzamento da lista de assinaturas já obtidas para a abertura da comissão e o conjunto de deputados da Câmara. O objetivo do requerimento é instalar investigação sobre o esquema de fraudes em licitações e superfaturamento de obras descoberto pela Operação Navalha da Polícia Federal.

Dos 82 petistas, por exemplo, apenas 3 assinaram o requerimento de instalação da comissão parlamentar de inquérito. Entre os 93 peemedebistas, esse número é apenas um pouco maior: 7. O que chama mais a atenção, entretanto, é que 100% da bancada de Alagoas - Estado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), acusado de ter despesas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior - tenha aderido à operação abafa.

Entre os parlamentares alagoanos que não assinaram o requerimento estão o irmão do presidente do Senado, Olavo Calheiros (PMDB), e o deputado Augusto Farias (PTB), irmão de PC Farias. Blindagem semelhante ocorreu na bancada do Piauí, onde 100% dos deputados também evitaram colocar seu nome na lista de adesão à comissão de inquérito, e no Ceará, onde apenas 1 dos 22 parlamentares tomou essa decisão.

No caso da Bahia, terra natal do empresário Zuleido Veras, acusado de ser o cabeça do esquema de corrupção, o deputado ACM Neto (DEM) e mais 32 deputados do Estado, de um total de 39, também estão entre os que não querem investigação. O posicionamento de ACM Neto é minoritário no DEM, já que apenas 15 parlamentares da sigla adotaram o mesmo procedimento.

Entre as bancadas, a de São Paulo é a que registra o maior número absoluto e proporcional de adesões à CPI. Do total de 70 deputados, 35 (50%) já assinaram o requerimento. Apenas bancadas menores apresentam a mesma proporção de adesão, como Distrito Federal e Roraima.