Título: Bolívia assume refinarias na 2ª
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/06/2007, Economia, p. B7

O governo boliviano prepara-se para assumir, na próxima segunda-feira, o controle das duas refinarias operadas pela Petrobrás no país. A informação foi dada na quinta-feira pelo vice-presidente bolivano, Álvaro Garcia Linera, que informou que o pagamento da primeira parcela de US$ 56 milhões à estatal brasileira será feita com um dia de antecedência. Segundo o acordo fechado entre Petrobrás e a estatal local YPFB, o pagamento deveria ser feito até terça-feira.

A Petrobrás informou que transferirá o controle das unidades assim que receber o dinheiro. Mas a boliviana YPFB só assumirá definitivamente as operações em um prazo de 60 dias, estipulado no acordo como um período de transição para que os bolivianos tomem conhecimento dos detalhes da operação. As refinarias Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz, e Gualberto Villaroel, em Cochabamba, foram vendidas à estatal boliviana por US$ 112 milhões, dentro do processo de nacionalização do setor de petróleo e gás no país vizinho.

¿É decisão do governo e da Petrobrás concretizar a transferência das refinarias¿, disse o vice-presidente, segundo a agência oficial de notícias ABI. ¿Nesta segunda-feira, eles nos entregarão as chaves, faremos o primeiro pagamento e os bolivianos poderão içar a bandeira tricolor e colocar (nas instalações) a sigla da YPFB novamente¿, afirmou Garcia Linera, referindo-se à bandeira boliviana, que tem as cores verde, amarelo e vermelho.

Segundo a ABI, a transferência legal das ações foi feita no dia 2 de junho e executivos das duas empresas estão trabalhando em um modelo final do contrato.

As unidades serão administradas por uma subsidiária da YPFB denominada YPFB Refinación, que será criada especificamente para esta atividade.

Garcia Linera disse ainda que o governo boliviano estuda ainda investimentos em instalações de separação do gás produzido no país, com o objetivo de extrair as partes líquidas e reduzir os problemas de abastecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão, enfrentados pela população local.