Título: Para banco, crescimento deve continuar forte em 2007
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Fonte: O Estado de São Paulo, 25/06/2007, Economia, p. B1
A economia mundial deve manter o desempenho positivo neste ano e em 2008, mas está diante de 'riscos significativos de curto prazo', entre eles, o impacto do esfriamento do mercado imobiliário dos Estados Unidos. Essa é a avaliação do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla inglês), cujo encontro anual foi encerrado ontem na Basiléia, Suíça.
O relatório anual do banco prevê para 2007 e 2008 um ritmo mais lento da expansão econômica do que em 2006. Aspectos do cenário macroeconômico, como as condições de financiamento e a queda do desemprego nas principais economias, continuam positivos. A transição suave no balanço do crescimento nas diferentes regiões nos últimos trimestres pode ainda sustentar 'a visão de que a economia mundial se tornou mais flexível e resistente.'
Mas os riscos não podem ser menosprezados: 'O impacto total da queda no mercado imobiliário dos Estados Unidos talvez ainda não tenha sido sentido', salientou o relatório. Embora a Europa e a Ásia pareçam 'um pouco menos dependentes' do crescimento americano, 'persistem dúvidas sobre a robustez do crescimento do consumo em algumas grandes economias'. As possibilidades de contágio associadas às novas conexões financeiras e comerciais no mundo ainda não são bem entendidas. 'E um desaquecimento econômico poderia fortalecer o protecionismo', disse o BIS.
Para o banco, a perspectiva da inflação continua incerta: os preços de energia e de outras commodities voltaram a subir e os crescentes salários poderão representar 'um desafio' para os bancos centrais dos países industrializados. 'Espera-se que a inflação seja aliviada com a moderação do crescimento e a estabilização dos preços do petróleo.' Mas não está claro se será o suficiente.
Tudo vai depender de como os mercados financeiros vão se ajustar. 'Um desaquecimento econômico mais profundo do que o previsto nos Estados Unidos poderia causar a alta dos prêmios de risco', diz.