Título: Múltis reclamam do Ibama a Lula
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/06/2007, Economia, p. B13

Investidores alemães cobraram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma solução para a greve do Ibama, que está atrasando a autorização de licenças ambientais e pode afetar os planos de alguns dos maiores projetos recebidos pelo País nos últimos anos no setor siderúrgico.

Ontem, em Berlim, o presidente mundial da siderúrgica ThyssenKrupp, Karl Kohler, esteve com Lula e apontou para a questão das licenças ambientais. A empresa é responsável pelo maior investimento alemão hoje no País, de 3 bilhões, em uma siderúrgica no Estado do Rio.

A greve do Ibama foi iniciada depois que o governo anunciou planos de dividir o órgão em dois. Segundo Kohler, o principal problema no momento é a autorização para a construção de uma linha elétrica de alta voltagem para alimentar a siderúrgica.

¿Estamos ainda dentro do prazo nas obras, mas precisamos das licenças do Ibama. Trata-se de um investimento enorme, que vai criar 18 mil empregos e energia que o Brasil precisa. Queremos começar a produção em 2009. Todos sabem que é um investimento importante para o País¿, disse Kohler.

¿Posso entender que, em grandes projetos, seja difícil uma pessoa aprovar licenças em um órgão. Mas queremos concluir o projeto dentro do prazo, não queremos atrasos. Precisamos de atenção e do apoio do presidente para acelerar (as licenças)¿, disse ele.

¿A Alemanha tem um padrão alto de regulamentação ambiental e estamos acostumados a trabalhar com essas exigências. No Brasil, os padrões também são altos, mas estamos acostumados e construídos dentro desse padrão¿, disse o executivo. Segundo Kohler, Lula respondeu que iria lidar com a questão ¿em curto prazo¿.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, admitiu que os problemas no Ibama podem atrapalhar planos de investimentos no País, mas deu outra explicação para o caso da ThyssenKrupp. ¿Eles não reclamaram, só pediram ajuda para as licenças. Mas o Ibama está em greve e, portanto, é uma ajuda que não se pode dar¿, afirmou.