Título: Gasto público ignora faixas etárias de grande risco
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2007, Vida&, p. A17

Os jovens entre 15 e 29 anos são hoje mais de um quarto da população brasileira. Somam 50 milhões de pessoas, mas os investimentos públicos nesse grupo representam só 0,6% do gasto social.

A maior parte dos gastos sociais, mostra o relatório do Banco Mundial ¿Jovens em Situação de Risco no Brasil¿, são direcionados para as pessoas com mais de 60 anos, por meio das aposentadorias. Já o gasto com os jovens inclui as despesas com universidades públicas - um investimento que raramente chega a jovens em situação de risco.

¿Quando se eliminam os gastos com ensino universitário - limitados a uma pequena parcela elitizada da população -, os gastos com jovens caem a quase 0% do total dos gastos sociais¿, diz o relatório. ¿As duas faixas etárias nas quais os investimentos são os mais baixos são a primeira infância e a juventude, dois períodos cruciais para a prevenção de comportamentos de risco.¿

O governo tem, no Orçamento de 2007, programas para a juventude que, somados, chegam a R$ 1 bilhão. De acordo com o secretário nacional de Políticas para a Juventude, Beto Cury, os dados usados pelo Banco Mundial são anteriores à criação da política nacional de juventude, que ampliou os programas e os investimentos na área. ¿Mas, claro, temos uma dívida anterior.¿

De acordo com o relatório, o País tem hoje pouquíssima informação sobre os resultados dos programas para jovens. Faltam avaliação e integração. Hoje, os 20 programas para juventude estão divididos por 18 ministérios.