Título: Serva, que vendeu nelore ao senador, afirma que transação foi transparente
Autor: Nogueira, Rui
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/06/2007, Nacional, p. A8
O diretor-presidente da Associação de Ensino de Marília Ltda., Márcio Mesquita Serva, de quem o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) comprou o embrião de gado nelore, afirmou ontem que a operação de venda foi ¿absolutamente normal, pública e transparente¿ e que sequer conhece o ex-governador. ¿Vi o Roriz umas duas vezes em leilões de gado¿, disse.
O negócio foi feito em novembro do ano passado, no 4º Leilão Ópera e Bilara, no Rio, conforme revelou reportagem do Estado. Segundo Serva, as notas fiscais e documentos contábeis revelam ¿a licitude e absoluta transparência e normalidade da referida operação¿.
¿Como na maioria dos negócios de gado, Roriz iria pagar em 14 vezes pelo embrião, mas me procurou e propôs pagar tudo à vista com um desconto de quase 50%, o que é normal¿, afirmou Serva. ¿Disseram que a nota de venda era de 2005, mas isso é mentira, ela é de 2007.¿
Serva, que chegou a ser condenado em primeira instância por sonegação fiscal, disse ter sido perseguido politicamente no passado. Em 2005 ele foi condenado pela sonegação de R$ 47 milhões. O Conselho de Contribuintes, no entanto, arquivou o caso. Ele afirmou que o processo administrativo que apontava a sonegação de R$ 47 milhões foi reavaliado e o valor devido caiu para R$ 60 mil, já quitados. ¿Fui injustiçado pelo Fisco. Essa fiscalização foi perseguição política¿, reclamou. ¿Fomos condenados antes de acabar com o processo administrativo. Foi perseguição política e fiscal, eles não admitem que uma universidade tenha fazenda, gado, avião.¿
Na ocasião, sua instituição foi acusada de usar o título de filantrópica para outros fins, como a compra de dois jatos e carro trazido dos Estados Unidos, entre outros. A entidade conseguiu ainda uma recente vitória no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o trancamento da ação penal contra Serva. ¿Isso mostra que os órgãos fiscais e judiciais atestaram nossos atos¿, disse ele.