Título: Senado engaveta nova lei de imigração
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Fonte: O Estado de São Paulo, 29/06/2007, Internacional, p. A20

O Senado sepultou ontem a reforma da lei de imigração americana. Para encerrar o debate, impedir novas emendas e levar a proposta à votação, seriam necessários 60 votos, mas apenas 46 senadores votaram a favor, enquanto 53 se opuseram à votação, que seria realizada hoje, caso fosse aprovada.

O presidente do Senado, o democrata Harry Reid, já havia engavetado o projeto no início do mês, mas na terça-feira, numa última tentativa, os senadores resgataram a proposta e voltaram a debatê-la. Com a derrota de ontem, no entanto, a maioria democrata adiantou que dificilmente retomará o tema. 'O Senado tem coisas mais importantes para fazer e não pode ficar debatendo eternamente esse assunto', afirmou Reid.

A votação de ontem foi considerada uma dura derrota para o presidente George W. Bush, que perdeu sua última chance de deixar algum legado relevante em termos de política interna. Para a maioria dos congressistas, só haverá clima para a retomada da discussão após as eleições presidenciais de 2008.

Apesar do esforço pessoal, Bush não conseguiu convencer sua base aliada. Apenas 12 senadores republicanos votaram pelo encerramento do debate e início da votação. A maioria governista, mesmo sob pressão da Casa Branca, considerou a lei uma 'anistia' para os 12 milhões de ilegais que vivem nos EUA.

DOCUMENTOS

Terminou ontem o prazo para que a Casa Branca entregasse ao Congresso documentos relativos à demissão de procuradores federais. O governo lançou mão do 'privilégio executivo' para não liberar os arquivos, que os congressistas consideram importantes para saber se as demissões foram políticas.

A Casa Branca informou que o mesmo mecanismo será usado pelo governo para não liberar a documentação exigida ontem pelo Congresso referente a casos de escutas telefônicas sem autorização judicial. Embora não seja mencionado na Constituição, o 'privilégio executivo' é um mecanismo utilizado por presidentes americanos para manter a autonomia do Poder Executivo em relação aos demais.