Título: País empaca no ranking mundial
Autor: De Chiara, Márcia
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2007, Economia, p. B3
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, de 4,3%, quase a mesma taxa prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2007, de 4,4%, é insuficiente para pôr o País na lista das maiores economias do mundo, tirá-lo da lanterna do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), em termos de crescimento, deixá-lo em posição de destaque na América Latina, dizem especialistas.
Se o Brasil crescer 4,4% este ano, o PIB deverá somar US$ 1,177 trilhão, segundo cálculos do FMI. Com isso, o ficará na 10ª posição entre as maiores economias, na mesma posição do ano passado, à frente da Rússia e da Índia.
Mas, segundo o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, essa colocação está ameaçada. ¿Com crescimento na faixa de 7% ao ano, o PIB da Rússia poderá ultrapassar o do Brasil em 2008.¿ Para manter-se à frente da Rússia, o País terá de crescer 5,5% neste ano e no próximo.
Entre as 180 economias listadas pelo FMI de acordo com as taxas de crescimento, o atual ritmo de expansão do PIB coloca o Brasil na 115ª posição, ante a 131ª colocação obtida no ano passado.
No conjunto de países da América Latina, também o País elevou a sua classificação em termos de crescimento. Em 2006, ocupou a 17ª posição e, neste ano, subiu para 13ª, num ranking encabeçado pela Argentina, que deve crescer 7,5%.
Pereira pondera que a revisão dos critérios do PIB ajudou a melhorar a classificação do Brasil na América Latina. Em 2006, a taxa de crescimento do PIB nacional superou apenas a do Haiti. Neste ano, o Brasil deve crescer mais que México, Paraguai, Equador, Nicarágua, Belize e Haiti.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, observa que, apesar da melhora, o crescimento de 4,4% previsto para o Brasil está abaixo da média estimada para a América Latina, de 4,9%. No caso do Bric, o País continua com a menor taxa de crescimento.
Segundo o FMI, a China deve crescer este ano 10%; a Índia, 8,4%; e a Rússia, 6,4%. Com uma taxa de 4,4%, o desempenho do Brasil deverá ficar bem abaixo da média geral desse grupo, que deverá ser de 7,3%.
Agostini diz que, em termos absolutos, o crescimento no primeiro trimestre foi positivo porque manteve ritmo superior a 4%. Mas, na comparação com os demais países, o resultado continua ruim.