Título: País já levou projeto a agência
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2007, Economia, p. B6

O governo brasileiro garante que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já recebeu todas as informações sobre como deve ser a construção da usina nuclear de Angra 3. Segundo a Embaixada do Brasil junto à agência, em Viena, não deverá haver qualquer problema na liberação das obras.

Mesmo assim, com a decisão de anteontem do governo de retomar as obras, diplomatas brasileiros devem voltar a se reunir com a AIEA para dar informações e acertar as condições de produção de energia. 'Somos transparentes em nossas relações com a AIEA', afirmou um representante do governo na capital austríaca.

Segundo funcionários da agência, cada governo tem a liberdade de construir ou não uma usina nuclear e a AIEA não dá qualquer opinião na decisão dos governos. Mas todo o material atômico que é produzido deve ser rigorosamente controlado pela AIEA para evitar que, no futuro, seja usado para fins militares. 'Temos regras bem claras que estipulam que um governo deve nos informar e dar acesso a tudo o que ocorre dentro de uma usina', afirmou um representante da agência.

De acordo com o governo, uma planta da usina de Angra 3 já foi entregue à AIEA para que a agência estabelecesse onde seriam colocadas as câmeras de controle. As câmeras servem para que a agência possa fiscalizar o que está ocorrendo dentro da usina, que ainda receberá a visita de inspetores. Outro ponto do acordo se refere ao monitoramente do combustível que será produzido, que também deve ser verificado.

O governo brasileiro não acredita que terá problemas, já que a planta de Angra 3 é similar à de Angra 2. Além disso, a tecnologia usada na nova usina é conhecida e parte do material até mesmo já está no Brasil.

DOMÍNIO EMERGENTE

Um levantamento publicado ontem pelo Goldman Sachs revela que a indústria de energia no mundo já é dominada pelos países emergentes.

O trabalho mostra que as empresas desses países já superam as americanas no setor energético. Segundo o estudo, 35% das 20 maiores companhias do setor de energia no mundo são de países emergentes, mesmo porcentual da Europa. Os EUA têm 30%.