Título: Auto-suficiência no gás tem poucas chances, diz a EPE
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2007, Economia, p. B8

Anunciada pelo governo após o início da crise boliviana, a busca da auto-suficiência na produção de gás tem poucas chances de dar resultado. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que apresentou ontem projeções sobre o mercado brasileiro de energia até 2030. Segundo o estudo, naquele ano o País estará importando pelo menos 72 milhões de metros cúbicos de gás por dia, mais que o dobro dos 30 milhões contratados hoje com a Bolívia.

Embora o volume de importações cresça, Tolmasquim ressalta que a dependência do mercado externo será menor em 2030, uma vez que o consumo nacional estará na casa dos 267 milhões de metros cúbicos por dia. Ou seja, as importações vão representar 27% do consumo interno - hoje, 50% do gás vendido no País vem da Bolívia. A conta de importações pode aumentar para 112 milhões de metros cúbicos por dia, caso todas as térmicas sejam chamadas a operar.

O estudo considera o desenvolvimento das reservas nacionais de forma conservadora, diz Tolmasquim, mas mesmo assim, o executivo afirma que 'é difícil que sejamos auto-suficientes em gás'.