Título: Exxon e Conoco deixam a Venezuela
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2007, Economia, p. B13

A ExxonMobil e a ConocoPhillips decidiram abandonar a Venezuela depois de não chegarem a um acordo com o governo Hugo Chávez sobre a nacionalização da Faixa Petrolífera do Orinoco, o que gerou temores nos Estados Unidos de que haja uma redução de abastecimento para o país.

A francesa Total, a britânica BP, a americana Chevron e a norueguesa Statoil vão manter suas operações venezuelanas como sócias minoritárias do governo em novas empresas mistas para atuação no Orinoco.

A estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) terá uma participação média de 78% nos negócios da região, ante os atuais 39%. O governo de Chávez diz que a Faixa possui a maior reserva mundial de hidrocarbonetos.

'A nacionalização para nós não tem custos, mas ganhos importantes, ganhos em soberania nacional. Agora vamos poder exercer o controle e o manejo desses recursos', afirmou o ministro de Energia , Rafael Ramírez, logo após a assinatura dos memorandos.

Eulogio del Pino, um dos diretores da PDVSA, disse que 'em no máximo dois meses' terá um acordo com a Exxon e com a Conoco para compensá-las por suas respectivas participações na Faixa do Orinoco. Ele acrescentou que não espera que as petroleiras americanas abram processos contra o país, como se especulou. Segunda-feira, uma fonte disse à agência Reuters que a Conoco buscaria tribunais internacionais de arbitragem para se queixar contra a nacionalização imposta pelo governo Chávez.

TEMOR NOS EUA

A notícia de que a PDVSA ficará com as operações da Exxon e da Conoco na Faixa causou inquietude em Washington, onde há temores de que a saída das duas empresas possa afetar o abastecimento de petróleo e seus derivados importados da Venezuela. 'Estou preocupado' disse o secretário de Energia americano, Sam Bodman.

O país sul-americano é um dos principais exportadores mundiais de petróleo e fornecedor-chave do mercado americano, apesar do constante enfrentamento verbal entre Hugo Chávez e autoridades americanas.

Ramírez disse que, uma vez nacionalizada a Faixa, o governo vai decidir se continuará implementando os cortes de produção acertados com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).