Título: PIB revela encolhimento do setor externo
Autor: Chiarini, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/06/2007, Economia, p. B8

Tendência é que contribuição negativa aumente neste ano

O saldo externo de bens e serviços de R$ 10,2 bilhões no primeiro trimestre, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), é o menor desde o primeiro trimestre de 2003, quando foi de R$ 8,1 bilhões, e a tendência atual é oposta à daquela época. O saldo aumentou desde 2003, mas agora está em queda.

Desde 2003, as exportações só cresceram, mas reduziram o ritmo depois de terem aumentado 15,3%, em 2004, no conceito do IBGE, que inclui serviços e é calculado em reais, diferindo dos dados da balança comercial divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento.

No acumulado de quatro trimestres terminados no primeiro trimestre deste ano, as exportações de bens e serviços cresceram 4,2%. Foi a menor taxa nesta comparação desde o segundo trimestre de 2002 (0%). Já as importações pararam de cair e, desde o primeiro trimestre do ano passado, crescem ao ritmo de dois dígitos no acumulado em 12 meses. Alcançaram 19,1% no primeiro trimestre deste ano.

A demanda externa deu contribuição negativa para o PIB no ano passado. A tendência é de que essa contribuição negativa aumente à medida que o crescimento das importações continue a um ritmo superior ao das exportações.

O ano de 2003 foi de virada na capacidade de financiamento da economia nacional, com o déficit de R$ 20,994 bilhões em 2002 transformando-se em superávit de R$ 4,622 bilhões. O superávit ampliou-se até R$ 25,854 bilhões, em 2005. Em 2006, caiu para R$ 21,019 bilhões. Este ano, no primeiro trimestre, foi de R$ 934 milhões ante R$ 1,537 bilhão em igual período de 2006.