Título: Advogado diz que não vai depor
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Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2007, Nacional, p. A4

O advogado Pedro Calmon Filho afirmou ontem que não vai depor no lugar de sua cliente, Mônica Veloso, amanhã, como chegou a cogitar o Conselho de Ética do Senado. Segundo Calmon, o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) proíbe o defensor de depor pelo cliente. ¿Isso é uma maluquice, como posso dizer que vi ou ouvi tal fato relativo à vida íntima da minha cliente?¿, indagou. O presidente do conselho, senador Sibá Machado (PT-AC), chamou também para depor o lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, acusado de fazer pagamentos a jornalista.

No entanto, Calmon se dispõe a comparecer espontaneamente à comissão para esclarecer fatos e tirar dúvidas, caso convidado.

¿Juridicamente, o advogado não pode substituir uma testemunha¿, explicou. Ele não quis fazer comentários sobre os documentos de venda de gado, apresentados pelo senador Renan Calheiros para comprovar a origem dos recursos repassados a Mônica por Gontijo.

Os recibos mostram um rendimento de R$ 1,9 milhão com venda de bois em 2006.

O advogado informou que só uma rigorosa perícia, a ser feita pela Polícia Federal e pelo o Tribunal de Contas da União, comprovaria se os documentos são verdadeiros ou falsos - mostrando quem comprou os bois, em que caminhões foram transportados e como foi pago o negócio.

A seu ver, o fato será facilmente comprovável também com a tomada de depoimentos de testemunhas. ¿Afinal, transportar 5 mil bois de uma fazenda exige logística extraordinária, tumultuaria a vida do município e certamente seria notado por muitas testemunhas¿, observou.