Título: Da tribuna, Sibá diz que pressão o levou a sair
Autor: Costa, Rosa e Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2007, Nacional, p. A6

Ao justificar ontem a renúncia à presidência do Conselho de Ética, em discurso da tribuna do Senado, Sibá Machado (PT-AC) reclamou da pressão exercida pela oposição e pela base aliada. Afirmou, ainda, que a humildade e a lealdade na condução do cargo não devem ser confundidos com ¿subserviência¿.

Sibá utilizou a tribuna da Casa por oito minutos. Enquanto discursava, Renan, presidindo a sessão, acompanhava tudo atentamente. O petista não mencionou nomes nem explicitou quais foram as pressões. Deu a entender, apenas, que se referia ao PMDB - que reagira negativamente à idéia de votar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).

Cafeteira recomendou o arquivamento sumário do caso, mas os peemedebistas temiam uma derrota no conselho. Sibá disse, ainda, que houve ¿incompreensão¿ da oposição sobre o seu trabalho. ¿O processo foi contaminado por interesses além da representação¿, disse.

O discurso abordou também a questão dos relatores. Dois já renunciaram o cargo - primeiro Cafeteira, depois Wellington Salgado (PMDB-MG). Sibá disse que não seria justo que as duas principais vagas do órgão ficassem com o PT. ¿Agi sempre de forma que, mais tarde, não viessem a me acusar de praticar erros que levassem o conselho a refazer procedimentos e protelar, dessa forma, a decisão do colegiado¿, afirmou.

Ao final de sua fala, Sibá recebeu elogios de vários senadores, principalmente de petistas. O presidente do Senado também se pronunciou. Constrangido, comentou que o petista conduziu com ¿isenção, transparência e absoluta correção¿ o seu papel no conselho.