Título: Cobrança por minuto começa segunda-feira
Autor: Dolis, Rosangela
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2007, Economia, p. B9

Na capital paulista, mudança na tarifação de ligações entre telefones fixos abrange 2,5 milhões de linhas e deve ser completada até 29 de julho

A Telefônica inicia na segunda-feira, na capital, a cobrança por minuto, em vez de pulso, das chamadas locais feitas de telefone fixo para outro fixo. A migração envolve 2,5 milhões de linhas e será feita em nove lotes, até 29 de julho, conforme a data do vencimento da conta. Segundo o diretor-geral da Telefônica, Stael Prata Silva Filho, entre os dois planos disponíveis, o básico e o alternativo (Pasoo), 95% dos assinantes já migrados no Estado optaram pelo básico e 5%, pelo alternativo.

As duas opções foram criadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O Plano Alternativo de Serviço de Oferta Obrigatória (Pasoo) é indicado para quem faz ligação longa (superior a 2 minutos e 30 segundos) e/ou usa internet discada. O básico é recomendado para quem faz ligação rápida (até 2 minutos e 30 segundos).

De 16 de março a 20 de junho, a Telefônica fez, no Estado, a migração de 4,6 milhões de linhas, 52% da base de 8,8 milhões. Até o fim do mês, completará a mudança para assinantes da Grande São Paulo (exceto a capital) e das regiões de São José dos Campos, Ribeirão Preto, Itapetininga, Taubaté, Santos, Presidente Prudente e Sorocaba. O processo se encerra com a capital. A empresa investiu R$ 200 milhões no processo.

CONTA EM MINUTOS

Pelo cronograma da capital, os primeiros assinantes a entrarem no novo sistema serão aqueles com vencimento da conta todo dia 24. Para esses, as ligações feitas a partir de segunda-feira já serão tarifadas por minuto e a primeira fatura vence em 24 de agosto. Os últimos a migrarem serão os clientes com vencimento todo dia 21, que terão as chamadas a partir de 29 de julho cobradas em minuto para pagamento na fatura de 21 de setembro. Independentemente da data de início da cobrança em minutos, todos os assinantes da capital têm de 2 a 31 de julho para escolher o plano.

Só precisam manifestar a opção à Telefônica os assinantes que escolherem o alternativo, pois a migração para o básico será automática.

No básico, as tarifas são maiores, mas não há taxa para completar cada ligação. No alternativo, as tarifas são menores, mas há cobrança de taxa equivalente a 4 minutos para completar cada chamada. Essa taxa de 'completamento' pesa sobre chamadas curtas, mas é diluída nas longas. É isso que determina que o básico seja mais vantajoso para chamadas curtas e o alternativo, para longas. Para a Anatel, o básico é o mais indicado para 85% dos assinantes no País.

Foi mantida tarifa diferenciada nos horários reduzidos: independentemente da duração, a ligação custará o equivalente a 2 minutos, no básico, e 4 minutos, no alternativo.

O plano escolhido vai depender do perfil do cliente. No site da Telefônica, está disponível um simulador que ajuda na opção. Segundo a Telefônica, se o assinante mantiver seu padrão médio de consumo e escolher o plano adequado, sua conta não vai variar em relação à atual.

De todo modo, será possível mudar de plano a qualquer momento. Para comparar a opção feita com a outra oferecida, o assinante poderá pedir à Telefônica o quadro comparativo. De acordo com Eduardo Bernstein, diretor de Produtos da empresa, o documento é como uma 'cartilha', pois consolida o tempo de utilização da linha em chamadas locais e traz os dados necessários (preço da tarifa e número de ligações, por exemplo) para que o próprio consumidor recalcule sua conta pelo plano não escolhido.

As mudanças atingem apenas as ligações locais de fixo para fixo. Assim, nada muda na cobrança das ligações locais de fixo para celulares, interurbanas ou de orelhões. Essas são situações já medidas e faturadas em minuto.

DETALHAMENTO DA CONTA

A cobrança em minutos, diz Prata, vai dar mais transparência à conta porque o assinante poderá solicitar o envio gratuito do detalhamento das suas ligações locais, como ocorre hoje com as interurbanas e celulares. Isso permitirá a comparação direta, por exemplo, com a conta de celulares.

A conta detalhada vai identificar o número do telefone chamado, a data e o horário da chamada, a duração e o valor. O pedido poderá ser feito para fornecimento todos os meses, por três meses ou de um mês. A Telefônica vai dar acesso ao documento também por internet e e-mail, visando a economia de papel.

NÚMEROS

2,5 milhões é o número de linhas telefônicas fixas na capital que migrarão da cobrança de pulso para a de minuto de 2 a 29 de julho pela Telefônica

8,8 milhões é o número total de linhas telefônicas fixas no Estado

4,6 milhões é o total de linhas migradas até 20 de junho pela Telefônica