Título: Brasil chega aos 120 mil milionários
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Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2007, Economia, p. B13

Pesquisa mostra crescimento de 10% no número de pessoas com mais de US$ 1 milhão para investir

O Brasil atingiu a marca de 120,4 mil milionários em 2006, cerca de 10% mais que em 2005, mostrou uma pesquisa feita pela Merrill Lynch e pela Cap Gemini. Segundo o estudo, milionário é quem possui mais de US$ 1 milhão líquido para investir.

O aumento foi impulsionado pela aceleração no consumo e no investimento privado, pela redução do juro e da inflação e pelo superávit comercial. A alta relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), o baixo investimento público e os impostos - que passaram de 29% do PIB em 1997 para perto de 40% em 2006 - inibem o aumento do grupo.

Os ativos dos milionários da América Latina cresceram 23,2% em 2006, mais rapidamente que em qualquer outra região, enquanto o número de milionários avançou 10,2%. Os ativos dos mais ricos do mundo cresceram 11,4%, para US$ 37,2 trilhões, em 2006, enquanto o número de milionários cresceu 8,3%, para 9,5 milhões. O número de ultramilionários - com mais US$ 30 milhões para investir - subiu 11,3%, para quase 95 mil.

A pesquisa indica, entretanto, que uma redução do crescimento econômico mundial pode conter essa expansão nos próximos anos. 'Muitas economias devem desacelerar os riscos de alta dos preços de energia e conflitos geopolíticos são uma ameaça contínua, adicionando mais incerteza à nossas previsões', afirmou o estudo.

A pesquisa, denominada World Wealth Report, bastante usada como referência na indústria, prevê que a riqueza global cresça 6,8% por ano até 2011, elevando a riqueza total do mundo para US$ 51,6 trilhões. A baixa volatilidade do mercado em 2006 tirou parte do brilho de investimentos alternativos, como fundos hedge e private equity, mostrou o levantamento. O crescimento dos mercados imobiliários, por outro lado, atraiu mais recursos.

A taxa de crescimento da riqueza ficou bem acima do crescimento econômico mundial no ano passado, de 5,4%. A América do Norte teve taxa de crescimento de riqueza de 10% e continuou a região com a maior população de milionários do mundo, de 3,2 milhões de pessoas.

Com dinheiro no bolso, milionários também ajudaram os menos afortunados, gastando um total de US$ 285 bilhões em causas filantrópicas, com América do Norte e Ásia sendo os mais generosos.

A gestão de fortunas não deve continuar crescendo, à medida que a economia dos EUA deve desacelerar em meio a temores com o crédito imobiliário de risco e a perspectiva com países como China e Índia tornar-se menos otimista.

O crescimento das fortunas deve ser maior no Oriente Médio, 9,5% até 2011, por causa da persistente alta do petróleo, informa a pesquisa, depois que uma correção no mercado acionário da região reduziu a acumulação de riqueza em 2006.