Título: Casagrande vê conselho cada vez mais engessado
Autor: Fontes, Cida e Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/06/2007, Nacional, p. A6

Senadores dizem que não deixarão o

Acuados com a pressão de integrantes do PMDB para que deixem seus postos no Conselho de Ética, 4 dos 16 membros do órgão decidiram ontem fechar um pacto de unidade. Os senadores do chamado ¿grupo independente¿, todos da base aliada do governo, descartaram qualquer hipótese de renunciar às suas cadeiras. ¿Fomos indicados pela liderança de nossos partidos para o conselho e os nossos nomes foram aprovados em plenário. Nosso mandato é de dois anos e não vamos sair¿, avisou Eduardo Suplicy (PT-SP).

Segundo ele, o acordo foi firmado ontem entre ele e os senadores Renato Casagrande (PSB-ES), João Pedro (PT-AM) e Augusto Botelho (PT-RR). ¿Nós não podemos ser substituídos no Conselho de Ética, a não ser que nós renunciássemos. Mas isso não vai acontecer¿, disse Suplicy.

Os senadores do PT também fecharam apoio a Casagrande para que ele seja mantido relator do processo no Conselho de Ética que apura se o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quebrou o decoro parlamentar. Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

`DESCONVITE¿

Na quarta-feira, Casagrande foi indicado relator pelo novo presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que no dia seguinte o teria desconvidado. A decisão sobre o futuro relator só deve sair na segunda-feira.

Oficialmente, no PMDB ninguém admite a movimentação para que o grupo de senadores ¿independentes¿ seja afastado do conselho. A tentativa dos peemedebistas é evitar votos contrários a Renan. Seguindo esse raciocínio, o caminho seria substituí-los por senadores mais alinhados com o presidente da Casa.

O líder do PMDB no Senado, Romero Jucá (RR), negou qualquer pressão para substituição de senadores no colegiado. ¿O PMDB não está atropelando ninguém, nem fazendo nenhuma chantagem com os senadores. O que ele quer é que o processo de investigação do senador Renan Calheiros seja feito dentro dos princípios da democracia e do amplo direito de defesa. O PMDB trabalha para que tudo seja devidamente esclarecido¿, assegurou.