Título: Programa conta com crédito do BNDES
Autor: Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2007, Economia, p. B1

Apoio às multinacionais será um dos pilares da política industrial

O governo pretende lançar uma política de apoio às multinacionais brasileiras, segundo informaram na semana passada o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

O banco já deu apoio à Friboi quando ela adquiriu a Swift Armour na Argentina em 2006, com um financiamento de US$ 80 milhões. O mesmo frigorífico obteve ajuda do BNDES em outra grande operação, anunciada em maio, que foi a compra das operações da Swift nos Estados Unidos. Com isso, a Friboi tornou -se o maior frigorífico de carne bovina do mundo.

Nessa operação, o braço de participações do BNDES, o BNDESPar, comprará R$ 1,4 bilhão em ações emitidas pela Friboi para financiar a operação.

Agora, os técnicos do BNDES trabalham no aperfeiçoamento dos instrumentos que o banco já dispõe para apoiar a internacionalização das companhias brasileiras. A idéia é ampliar o número de empresas apoiadas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é dos mais entusiasmados com a idéia. Na quinta-feira, ao lançar o programa de apoio à safra 2007/08, ele frisou a necessidade de empresas brasileiras competirem no mercado internacional com produtos como suco de laranja, café, soja e carne, nos quais há vantagens competitivas.

'É por isso que o BNDES tem incentivado indústrias brasileiras e frigoríficos brasileiros a comprarem frigoríficos em outros países para que a gente possa adentrar no mercado deles e ver se começamos a exportar', disse o presidente.

Hoje, o BNDES já apóia empresas brasileiras que compram ativos no exterior de duas formas: concede empréstimos ou compra ações. Essas facilidades são oferecidas a empresas brasileiras, desde que o negócio resulte em aumento da exportação e faça parte de uma estratégia de fortalecimento da empresa no País.

O juro cobrado nos empréstimos é de 1,5% ao ano, acrescida da variação de uma cesta de moedas. É também embutida uma taxa de risco que varia de 0,8% a 1,8% ao ano, conforme o projeto. O BNDES financia até 80% do empreendimento.

CLIENTES

Essa linha de crédito foi usada pela primeira vez em 2006, pela Friboi, na aquisição da Swift Armour da Argentina. O banco emprestou US$ 80 milhões. O banco também emprestou R$ 6 milhões à cooperativa agrícola LAR, que comprou galpões no Paraguai, e também à empresa de software CPM, que tomou R$ 3,7 milhões para montar uma estrutura de vendas nos EUA. Outro usuário da linha foi a Itautec, que tomou R$ 142,6 milhões para um projeto de ampliação que inclui a compra de uma distribuidora de produtos de informática nos EUA. L.A.O.