Título: China e Índia são os novos focos
Autor: Chiara, Márcia De
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2007, Economia, p. B1
Empresários avaliam as barreiras culturais dos países
O foco hoje das empresas brasileiras em processo de internacionalização são os países asiáticos, como China e Índia, constata o pesquisador da Fundação Dom Cabral, Álvaro Cyrino. 'As empresas brasileiras estão muito ousadas', diz o pesquisador, fazendo referência ao fato de a cultura desses países ser completamente diferente da ocidental.
De toda forma, como a fábrica do mundo, a China é o endereço certo para quem tem produtos ou serviços relacionados com manufatura. Esse é o caso da catarinense Datasul, que, entre operação própria e franquias, faturou no ano passado R$ 275 milhões. Desse total, cerca de 4% vieram de fora do País, Chile, Colômbia, México e Argentina, onde a empresa já está por meio de franquias. A meta para os próximos três anos é elevar essa fatia para 10% do faturamento, expandindo os negócios para outras regiões geográficas. 'A Ásia é o nosso plano para o longo prazo', diz o presidente Jorge Steffens.
A Datasul produz programas de computador para a manufatura (softwares) e cresceu por meio de franquias. Steffens observa que a entrada na China deve ser muito bem avaliada. Para a empresa fabricante de softwares ter sucesso nesse mercado não basta apenas saber como são as regras tributárias, exemplifica. 'É preciso conhecer o jeito que os chineses fazem negócios.'
Enquanto os investimentos na China não ocorrem, a empresa reforça a operação na Argentina. A Datasul investe US$ 3 milhões no país vizinho, que inclui a compra da concorrente Meya. 'A internacionalização é uma questão de sobrevivência', diz Steffens. Ele diz que uma empresa de maior porte tem menos chance de ser comprada.
Outra veterana é a Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus. Ela dobrou de tamanho em cinco anos por causa da internacionalização. Em 1990, abriu a primeira fábrica em Portugal. Hoje tem unidades ativas no México, Colômbia e África do Sul. Em 2006, fechou parcerias com a Rusprumauto, da Rússia, e a Tata Motors, da Índia, as maiores montadoras de seus respectivos países. 'Estamos acelerando a internacionalização', diz o diretor de Relações com Investidor, Carlos Vignani.