Título: 'Educação não é mercadoria'
Autor: Cafardo, Renata e Iwasso, Simone
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/07/2007, Vida &, p. A14

A entrada de recurso estrangeiro no ensino superior privado, por meio da abertura de capitais, insere as instituições educacionais na mesma lógica de funcionamento de qualquer outra empresa, transformando o que seria um direito numa mercadoria. O raciocínio, extremamente crítico ao processo que está ocorrendo no Brasil, é da educadora Regina Vinhais, da Universidade de Brasília (UnB). ¿Sou totalmente contra qualquer tipo de iniciativa nesse sentido. Educação não é mercadoria, é direito da sociedade.¿

De acordo com a professora, um dos riscos embutidos nessa abertura para investimentos é a preocupação comercial, com o lucro, em detrimento da qualidade de ensino. ¿Temos de buscar uma qualidade internacional, mas não entrar em conglomerados, como está ocorrendo¿, diz.

¿Se tiver risco para o ensino, é só de melhorar¿, discorda o ex-ministro Paulo Renato Souza. Para ele, maior profissionalismo das instituições resulta em mais qualidade da educação. ¿Isso não quer dizer que vão deixar de existir instituições como USP ou Harvard¿, completa. Paulo Renato acredita que são perfis diferentes de instituições que passam a formar o cenário do ensino superior. As particulares, que partem para uma abertura de capital, buscam mais e mais alunos e um ensino de massa. ¿O desafio delas não é oferecer excelência, e sim tentar fazer diferença na vida daquele aluno.¿