Título: Oposição tenta lançar Jarbas
Autor: Costa, Rosa e Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2007, Nacional, p. A4

Congresso discute nomes para eventual substituição

O progressivo enfraquecimento político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está embalando o surgimento de nomes dentro do PMDB para sucedê-lo no posto. Enquanto a ala oposicionista do partido tenta impulsionar a candidatura de Jarbas Vasconcelos (PE), o grupo governista trabalha com o nome de Gerson Camata (ES) para o lugar de Renan.

Embora adversários e aliados do Planalto tenham a cautela de tratar de sucessão discretamente, um senador do DEM considera ¿fatal¿ que a oposição entre na disputa e diz que a sucessão já começou a ser discutida dentro do plenário, em conversas reservadas. Segundo esse parlamentar, o nome mais citado ontem foi o de Camata.

OPÇÃO

Um dirigente do PSDB explica, no entanto, que o senador capixaba é apenas uma ¿opção a mais do governo¿, já que José Sarney (AP) não admite entrar em disputa, mesmo sendo o nome mais forte do PMDB e o preferido do Planalto. O dirigente insiste em que a preferência da oposição é por Jarbas. Tanto que, segundo ele, um pequeno grupo de parlamentares do PSDB, do DEM e do PMDB já chegou até a contabilizar os votos favoráveis ao pernambucano.

O tucano argumenta que, como Renan mantém chances de sobreviver no plenário e a base ainda está organizada, Jarbas só teria 36 dos 81 votos. Pode parecer pouco, mas é mais que os 28 que o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), obteve quando enfrentou Renan no início do ano - vitorioso com o apoio de 52 senadores.

Discreto, Jarbas recusa-se a falar em sucessão. Diz que esse debate, agora, é ¿contraproducente¿ e não valoriza a instituição Senado. ¿A gente não pode deflagrar o processo sucessório, atropelando Renan, nem transformá-lo em luta política entre governo e oposição¿, adverte Jarbas, ao defender a tese de que não pode ser candidato. ¿O presidente do Senado tem de ter independência e um mínimo de diálogo com o governo. Sou independente, mas não tenho diálogo nenhum com o Planalto.¿