Título: Brasil também envia gás para a Argentina
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2007, Economia, p. B3

Além de eletricidade, País manda excedente de gás vindo da Bolívia

Além do aumento das exportações de energia para a Argentina, o governo brasileiro também decidiu autorizar a Bolívia a redirecionar ao país vizinho 1 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia. Esse gás faz parte do contrato de fornecimento entre a Petrobrás e a Bolívia, mas não estava sendo usado pelo Brasil. O combustível adicional deve começar a chegar para os argentinos até amanhã, segundo o Ministério de Minas e Energia do Brasil.

O governo brasileiro tomou essa decisão para atender ao pedido de ajuda apresentado na semana passada pelo presidente da Argentina, Néstor Kirchner. Desde maio, o país vizinho vem enfrentando uma crise energética. O acerto foi concluído na noite de quarta-feira, em uma reunião no Rio de Janeiro entre representantes do governo brasileiro e o secretário de Energia da Argentina, Daniel Camerón.

O contrato da Petrobrás com os bolivianos prevê o bombeamento de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás para o Brasil. Mas, segundo o Ministério de Minas e Energia, atualmente o Brasil utiliza apenas algo entre 26 e 29 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com isso há uma folga de gás que não é usada pelo Brasil e que, agora, será parcialmente repassada para a Argentina. Ainda há uma negociação em andamento para que a Petrobrás autorize a Bolívia a repassar mais 1 milhão de metros cúbicos diários de gás para a Argentina.

Também no intuito de ajudar o país vizinho, o governo brasileiro já decidiu aumentar as exportações de energia elétrica para a Argentina. A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que, até amanhã, o volume de energia despachado para a argentina aumente dos 700 megawatts (MW) médios previstos em contrato para cerca de 1.050 MW médios.

Tanto o acordo para o envio de gás quanto de energia adicional vão vigorar até o fim de agosto, segundo o Ministério de Minas e Energia. O ministério ainda não informou qual o valor que será pago pelos argentinos por esse auxílio. No caso do energia elétrica, o fornecimento será administrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia será produzida por usinas termelétricas movidas por diferentes combustíveis, como gás, carvão e óleo.