Título: Emprego industrial tem maior alta desde 2005
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2007, Economia, p. B9

Seguindo o desempenho da produção, aumento na ocupação foi de 2% na comparação com maio de 2006 e de 0,3% ante abril deste ano

O emprego industrial mostrou bons resultados em maio, acompanhando desempenho da produção. Na comparação com maio de 2006, a ocupação cresceu 2%, o melhor resultado desde abril de 2005. Ante abril, houve expansão de 0,3%, o quinto crescimento seguido nessa comparação. A melhora foi puxada por São Paulo, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo André Macedo, da Coordenação de Indústria do IBGE, o emprego industrial reflete o desempenho da produção. ¿A ocupação acompanha a expansão da atividade produtiva¿, disse. Ele observou que os segmentos com maior destaque na produção são os que apresentam melhor desempenho no emprego. É o caso da expansão, ante maio de 2006, dos setores de alimentos e bebidas (4%), máquinas e equipamentos (6,8%) e transporte (5,5%).

Nos segmentos castigados pelo câmbio, a queda no emprego continua. É o caso do setor de vestuário, com recuo de 4,2% ante maio de 2007, calçados e artigos de couro, com 4,3%, e madeira, com 4,5%.

A analista Claudia Oshiro, da Tendências Consultoria, avalia que a atividade industrial mais forte no primeiro semestre tem se refletido no emprego e ¿as perspectivas para os próximos meses são favoráveis, dadas as boas expectativas para a atividade econômica¿.

Segundo o IBGE, todas as 14 regiões pesquisadas apresentaram aumento do emprego industrial em maio ante igual mês do ano passado, com destaque para São Paulo (2,3%), Norte e Centro-Oeste (ambos com 3,1%) e Nordeste (2,1%).

Macedo observou que São Paulo, que soma 40% do emprego industrial e 45% da folha de pagamento do setor, puxou os dois indicadores. Os segmentos que têm puxado o mercado de trabalho em geral, como bens de capital, têm forte presença na indústria paulista. O emprego industrial no Estado cresceu 2,3% em maio ante abril e a folha de pagamento, 2,1%.

No total do País, houve queda de 0,7% na folha de pagamento real da indústria em maio ante abril. ¿Deve ser pontual¿, avalia Macedo.Para ele, o recuo não reverte a trajetória positiva da folha. ¿O maior número de contratações tem impacto nos salários e, por isso, todos os indicadores da folha comparativos a 2006 são positivos.¿

A folha cresceu 4,3% ante maio de 2006; 4,6% no total deste ano e 3% em 12 meses. Regionalmente, como ocorreu no emprego, todos os 14 locais pesquisados mostraram expansão da folha em maio ante maio de 2006.