Título: Na Bahia, modelo usado espelha mapa demográfico
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/07/2007, Nacional, p. A10

Um dos modelos diferenciados de sistema de cotas é o da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em vigor desde 2005, reserva 45% das vagas do vestibular para egressos das escolas públicas e determina que 85% dessas vagas fiquem para candidatos que se declaram pretos ou pardos. Segundo o pró-reitor de graduação, professor Maerbal Bittencourt Marinho, os conselheiros procuraram espelhar na UFBA o quadro demográfico da região, de população negra majoritária.

A Federal do Tocantins (UFT) têm cotas apenas para a população indígena. Segundo sua assessoria, a decisão baseou-se na análise do quadro de estudantes já matriculados: a maioria é formada por negros e pardos, originários de escolas públicas.

A Federal de Mato Grosso decidiu seguir a mesma linha: está abrindo vagas extras para índios em alguns cursos. Ela se diferencia da UFT na forma de seleção dos candidatos: enquanto no Tocantins os índios são submetidos ao vestibular comum, em Cuiabá têm uma prova à parte, preparada com a ajuda de antropólogos.

Em São Paulo, a Federal de São Carlos adotará o sistema de cotas no ano que vem. Numa primeira etapa destinará 20% das vagas do vestibular para egressos de escolas públicas; e, dentro desta reserva, 35% serão para pretos e pardos. A meta é chegar a 50% das vagas em dez anos.

A Unifesp, que abriga uma das melhores escolas de medicina do País, não reduziu o número de vagas no vestibular comum. Após um acerto com o Ministério da Educação, abriu outras, que correspondem a 10% do total oferecido a cada ano, para receber estudantes vindos de escolas públicas ou bolsistas integrais de escolas privadas - com preferência para os afrodescendentes.