Título: Fuga de aliados pode fazer Bush apressar votação do orçamento
Autor: Sanger, David E.
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/07/2007, Internacional, p. A12

Depois de uma semana de recesso por causa do Dia da Independência, os congressistas americanos voltaram ao trabalho ontem em clima de guerra. O bate-boca entre republicanos e democratas deve se acirrar ainda mais nas próximas semanas, quando o Congresso começa a discutir o orçamento para o próximo ano fiscal, que começa em outubro.

Em razão do baixo índice de popularidade e de várias deserções em sua base de apoio, o momento tornou-se delicado para o presidente George W. Bush, que planeja adiantar as discussões antes que ocorra uma debandada de aliados para o campo da oposição, que vem crescendo. O time de senadores republicanos rompidos com Bush aumentou na semana passada: de olho na reeleição em 2008, Pete Domenici se afastou do governo na quinta-feira, tornando-se o quinto republicano a defender publicamente uma mudança de rumo no Iraque. A deserção de senadores preocupa a Casa Branca. Os democratas têm uma maioria apertada entre os 100 membros da Casa: ocupam 49 cadeiras e contam com o apoio de 2 independentes. O número mágico no Senado americano é de 60 votos, que, se obtidos, podem fazer os democratas passarem por cima do veto presidencial.

Tanto quanto a deserção - que aproxima os democratas dos sonhados 60 votos -, é importante o quilate dos senadores que passaram para o outro lado: Richard Lugar e George Voinovich são da Comissão de Relações Exteriores do Senado; Chuck Hagel é veterano da Guerra do Vietnã; e George Smith classificou a guerra de ¿criminosa¿.