Título: Setor aéreo cresce menos que em 2006
Autor: Komatsu, Alberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/07/2007, Metrópole, p. C3
Aumento no primeiro semestre foi de 13,6%, abaixo dos 21,5% no mesmo período do ano passado; para empresas, tarifas em queda mantêm procura
, RIO
No primeiro semestre deste ano, segundo divulgou ontem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o transporte aéreo de passageiros registrou crescimento de 13,6% - abaixo dos 21,5% verificados nos seis primeiros meses de 2006. Apesar disso, o transporte aéreo de passageiros registrou crescimento de 11,2% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado.
¿O crescimento do mercado ficou um pouco abaixo do que vinha sendo registrado por conta das dificuldades na infra-estrutura do setor. O que é surpreendente é manter essa taxa de junho¿, afirma o consultor especializado em aviação da Bain & Co., André Castellini. Na avaliação dele, o fluxo de passageiros transportados tem potencial para crescer 15% ao mês.
Para as empresas, o crescimento da demanda só continua em dois dígitos porque as tarifas seguem caindo. ¿Também é preciso destacar o crescimento econômico do País e o maior volume de crédito¿, diz um executivo do setor. Segundo ele, as classes D e E já são responsáveis por 13% do mercado doméstico. ¿Isso era inimaginável há alguns anos. O avião deixou de ser item de luxo para ser um meio de transporte a mais.¿
O coordenador do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (Nectar), Alessandro Oliveira, destaca que a oferta de assentos por quilômetro, tanto em junho quanto no primeiro semestre, cresceu mais do que o fluxo de passageiros. Segundo ele, essa é uma demonstração do impacto negativo dos problemas de infra-estrutura. ¿Houve perda de credibilidade por causa dessa seqüência de eventos negativos, que se materializa na mente dos passageiros¿, afirma Oliveira. Outro indicador do reflexo negativo da crise, diz ele, foi a taxa de ocupação dos aviões, de 71% em junho, ante 75% do mesmo mês de 2006.
MERCADO DOMÉSTICO
A TAM segue na liderança do mercado doméstico, com 49,11%. A Gol vem em seguida, com 39,83%. A BRA ultrapassou a Varig, com 3,4%. A Varig tinha fatia de 4,44%, em maio, e recuou para 2,93%, em junho. Juntas, TAM e Gol respondem por 88,94% do mercado.
No mercado internacional, a TAM respondeu por 69,63% do transporte de passageiros para o exterior, entre as empresas brasileiras, o que representou recuo de 2,73 pontos porcentuais em relação ao que tinha em maio. A Gol também teve uma redução da sua fatia no exterior, que passou de 13,70%, em maio, para 12,23%, em junho. A Varig, por sua vez, cresceu dos 10,05%, em maio, para 12,87% no mês passado. A BRA respondia por 3,64% do fluxo ao exterior e agora tem 5,02%.