Título: Mais confiança no emprego
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Fonte: O Estado de São Paulo, 15/07/2007, Economia, p. B2
Dados do IBGE e do Ministério do Trabalho mostram que se amplia a tendência de crescimento do emprego ou da sua formalização. Há, sobretudo, maior confiança no emprego, favorecendo as decisões de consumo e investimento das famílias e empresas, como revela o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com dados abrangentes, relativos a cerca de 5,5 mil indústrias, é elevada a confiabilidade da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do IBGE. Ela mostrou que, em maio, o emprego cresceu pelo quinto mês consecutivo (0,3% sobre abril). De janeiro a maio de 2006 para o mesmo período de 2007, o aumento foi de 1,5%. E as perspectivas continuam favoráveis, segundo a analista da Tendências, Claudia Oshiro, ¿dadas as boas expectativas para a atividade econômica¿.
O IBGE destacou, em maio, os setores de alimentos e bebidas (4%), máquinas e equipamentos (6,8%) e meios de transporte (5,5%). A indústria beneficia-se, assim, com o consumo das faixas de baixa renda,com os investimentos das empresas no aumento da produção, a procura pelas famílias por novas moradias e a demanda de veículos, que registrou recordes históricos no semestre.
Em todas as 14 áreas pesquisadas pelo IBGE houve crescimento do emprego, com destaque para São Paulo, que costuma liderar as retomadas econômicas, seguido pelo Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Nestas três regiões, ganharam peso os setores intensivos em mão-de-obra.
Dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram o avanço do número de empregos formais: em junho, foram 181,6 mil vagas com carteira assinada (aumento de 16,8% em relação a junho de 2006). E no semestre, 1,09 milhão (crescimento de 18,6% sobre 2006), recorde na história do indicador, iniciado em 1992. O maior impacto veio da agropecuária (238,4 mil vagas formais) e da construção civil (97,5 mil vagas).
O IBGE mostrou que a renda real dos trabalhadores aumentou 3% nos últimos 12 meses e 4,6% neste ano, em relação aos períodos anteriores. São dados que seriam melhores com menor carga tributária (que, segundo o ministro da Fazenda, ficou em torno de 34,5% do PIB, em 2006, ante 33,7% do PIB, em 2005) e com a redução do custo das novas contratações. Com menos ônus tributários, o Brasil poderia crescer como os países emergentes e oferecer mais empregos mais bem remunerados.