Título: Comércio teme 'importar' a crise de Buenos Aires
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/07/2007, Economia, p. B8

Lojistas, hoteleiros e guias turísticos de Bariloche acreditam que a cidade está preparada para enfrentar um eventual novo apagão. No entanto, temem que possam ser vítimas da crise energética nacional e que isso provoque efeitos negativos no principal motor econômico da cidade, o turismo. 'Bariloche tem uma central termoelétrica própria, o que a coloca em melhor posição que muitas outras cidades da região, e até diria, melhor que o resto do país', afirmou ao Estado Adalberto Roth, empresário local. 'Bariloche tem reservas para emergências', explicou. 'O problema é o resto do país.'

Roth estava acompanhado de um grupo de amigos para um café no fim da tarde em uma confeitaria tipicamente alemã da cidade. Um dos integrantes do grupo, Marco Barberis, dono de uma agência de turismo,disse que o apagão causou atrasos circunstanciais em atividades turísticas. Mas relativizou o impacto: 'Foi pouca coisa'.

O veterano do grupo, Osmar Barberis, prefeito de Bariloche nos anos 70, quando a cidade ganhou o apelido de 'Brasiloche', destacou: 'Os turistas brasileiros encararam o apagão sem drama'.

Para o grupo de amigos, o problema não foi o apagão de Bariloche, ocorrido por motivos circunstanciais, mas sim, a crise energética nacional, que pode complicar a economia argentina como um todo.

Gerardo Gibert, gerente do Hotel Edelweiss, um dos principais da cidade, em pleno centro de Bariloche, afirmou ao Estado que o apagão da semana passada não provocou cancelamento de reservas. Além disso, destaca que tem um gerador 'made in Brazil' para situações de emergência.

Maria Rosa Martínez, dona de uma casa de roupas de couro, no centro de Bariloche, lamentou o apagão, mas destaca que foi o primeiro sofrido pela cidade. 'Os turistas não vão deixar de vir para cá por causa disso. Não é porque um avião cai que as pessoas deixam de voar.'