Título: Fiscalização de gastos deve ser independente
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2007, Nacional, p. A12

Fredrik Eriksson, diretor da ONG Impact, destaca que as agências para controlar os gastos públicos não podem depender exclusivamente da seriedade de seus membros. ¿Não se pode depender de que quem faça esse controle sejam pessoas sérias. Freqüentemente você vê essas comissões trabalhando ligadas ao Executivo. Isso pode acontecer, mas você precisa ter um orçamento independente para que o governo não as mate de fome no caso de elas se tornarem `eficientes demais¿¿, adverte. ¿Também é preciso ter bons salários e o direito de não comunicar ao governo as investigações feitas.¿

Após quatro dias no Brasil, os três especialistas resistiram a fazer análises sobre a situação brasileira, mas vêem futuro no País, ainda que hoje os próprios brasileiros estejam pessimistas. Bresson e Rupchev elogiaram a disposição que sentiram durante o seminário em Brasília.

Eriksson afirma que, apesar da sensação que pode existir no País de que há muita corrupção, existem iniciativas ¿interessantes e importantes¿, como o portal da Transparência, no qual o governo disponibiliza dados sobre gastos públicos.

Ele classificou a iniciativa como um ¿passo adiante na transparência, na possibilidade de controlar as despesas¿. ¿Pelo menos alguma coisa está acontecendo no Brasil agora, há uma reação. As pessoas estão preocupadas, irritadas, não estão desistindo ainda. Então é uma base de onde se pode construir algo¿, afirma o sueco.