Título: Avião com 176 tenta pouso, atinge prédio e explode em Congonhas
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2007, Metrópole, p. C1

Airbus da TAM que decolara de Porto Alegre passou sobre a Avenida Washington Luís e acertou depósito de cargas da empresa

Deputado gaúcho está entre as vítimas

Aeronáutica diz que avião não derrapou e piloto tentou arremeter Sindicato culpa falta de ranhuras na pista

Autoridades farão teste para definir se Congonhas abre hoje

No maior acidente aéreo ocorrido no Brasil, um Airbus A-320 da TAM que vinha de Porto Alegre com 176 pessoas a bordo perdeu o controle ontem na pista principal do Aeroporto de Congonhas após o pouso. Sem conseguir controlar a aeronave, o comandante ainda tentou arremeter o Airbus, mas o avião acabou atravessando a Avenida Washington Luís, passou sobre os carros e bateu entre o primeiro e segundo andar de um depósito de cargas da TAM, do outro lado da avenida. Havia informações, ainda não confirmadas, de vítimas entre pessoas que moravam ou passavam pelo local na hora do acidente.

Até 1 hora de hoje não havia notícias de sobreviventes no Airbus. Oficialmente, 14 pessoas ficaram feridas e foram socorridas em hospitais. À noite, a TAM divulgou uma lista preliminar, com o nome de 11 mortos - incluindo seis funcionários da companhia. Segundo a Aeronáutica, só hoje pela manhã, após uma vistoria na pista, se decidirá se o Aeroporto de Congonhas será liberado para pousos e decolagens - embora companhias como a TAM continuassem a vender normalmente passagens ontem.

O acidente foi o terceiro ocorrido em Congonhas em apenas 48 horas. Anteontem, um avião modelo ATR-42, da empresa Pantanal, derrapou na pista principal e parou na grama. Horas depois, um avião da TAM teve problemas semelhantes ao pousar, mas conseguiu arremeter.

Especialistas apontam a falta de drenagem na pista como a provável causa para os três acidentes. O de ontem ocorreu 17 dias depois de a pista principal ter sido reaberta, mesmo sem as ranhuras transversais, o grooving, que facilitam a drenagem. Assim, a chuva das últimas 48 horas pode ter sido determinante. O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou compromissos e criou um gabinete de emergência. O governador de São Paulo, José Serra, defendeu o fechamento do aeroporto ¿pelo tempo que for necessário para a investigação¿. Hoje, pelo menos até o meio-dia, a CET manterá uma série de bloqueios de trânsito na região.