Título: Na UnB, paralisação interrompe matrículas
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/07/2007, Nacional, p. A4

Na Universidade de Brasília (UnB), as matrículas e os registros de alunos estão suspensos e não há data para a retomada desses serviços. Nem para a reabertura da biblioteca e do restaurante universitário.

Casos como esses estão se repetindo pelas 46 universidades federais do País, que enfrentam há quase dois meses a greve dos seus funcionários técnicos e administrativos. No Hospital São Paulo, mantido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi reduzido o número de atendimentos, internações e cirurgias.

A maioria dos hospitais-escola, como o da Unifesp, foi afetada. Uma das razões disso é que os servidores da área de enfermagem estão entre os mais organizados da categoria.

Os hospitais só não pararam completamente por duas razões. A primeira delas é de ordem legal: existe uma determinação para que, em caso de greve, 30% dos funcionários de cada setor permaneçam em atividade. A outra resulta da estrutura do quadro de funcionários: uma parte deles já é contratada por meio da CLT. No caso do Hospital São Paulo, 60% são servidores públicos e 40% estão submetidos às leis comuns do mercado de trabalho.

Segundo a Fasubra - entidade que reúne os sindicatos de servidores de universidades, filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ligada ao PT -, a greve continua porque até agora o Ministério do Planejamento não apresentou nenhuma proposta razoável para o reajuste salarial reivindicado. ¿Não dá para continuar trabalhando com R$ 700 como piso inicial¿, diz João Paulo Ribeiro, da direção nacional da entidade.

A greve dos servidores da Cultura, de 72 dias, paralisou o funcionamento de dezenas de instituições culturais pelo País. No Rio, onde se esperava um maior afluxo de público em decorrência da realização dos Jogos Pan-americanos, estão fechados a Biblioteca Nacional, os museus Histórico Nacional, da República e Nacional Belas Artes, entre outros.

Em alguns lugares, a paralisação dos funcionários do Incra tem causado indignação entre assentados da reforma agrária. Na cidade de Santarém, no Pará, um grupo invadiu a sede da entidade há dois dias, em protesto contra a greve.