Título: Apagão já custa R$ 150 milhões
Autor: Cançado, Patrícia
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2007, Economia, p. B6

Empresas reduziram operação em 30%, diz sindicato

A intensificação da crise aérea e as restrições anunciadas ao Aeroporto de Congonhas devem trazer uma redução de 30% na operação das companhias aéreas. A estimativa é do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). A entidade calcula que, no período de outubro do ano passado a junho deste ano, o apagão já custou R$ 150 milhões às empresas de transporte regular de cargas e de passageiros.

Entre as empresas especializadas em transporte de cargas, a VarigLog viu seu custo aumentar 23% este mês. O motivo é a transferência de vôos de passageiros de Congonhas para o Aeroporto de Guarulhos. Como a prioridade tem sido atender os passageiros, os aviões da ex-subsidiária da Varig gastam mais combustível para esperar sua vez de pousar. O querosene de aviação representa 35% dos custos de uma empresa aérea.

'Estamos fazendo um levantamento do prejuízo para sensibilizar as autoridades e, eventualmente, pedir uma compensação ao governo', afirma o diretor comercial da VarigLog, Sérgio Sampaio. Cerca de 90% dos vôos da companhia estão concentrados em Guarulhos.

A VarigLog está aumentando sua operação de 72 para 110 vôos semanais, com o aumento de sua frota de 25 aeronaves. Outros três aviões chegarão até o fim do ano. O investimento total será de US$ 250 milhões.

A Fedex e a UPS, que operam em Viracopos, informaram que a transferência de vôos de Congonhas não teve impacto em suas operações.

MALHA

Além dos prejuízos, as companhias aéreas de vôos regulares também estão revisando todo o seu planejamento de malha de vôos e de frota, conta o secretário-geral do Snea, Anchieta Hélcias.

Segundo ele, haverá 'inevitavelmente' redução do número de aeronaves que estava programado para 2018. Nesse período, as cinco maiores empresas do setor previam a entrega de 170 aviões.

As operações das empresas de táxi aéreo e de aviação executiva deverão ficar restritas a Congonhas.