Título: Inundações matam pelo menos 1.300 na Índia e China
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/07/2007, Internacional, p. A12
As fortes chuvas deixaram cidades inteiras sob as águas e 9 milhões de desabrigados nos dois países.
PEQUIM - As inundações na Ásia já mataram, desde o início da temporada de chuvas, de 500 a 700 chineses e 800 indianos, informaram ontem autoridades dos dois países. Cidades inteiras ficaram alagadas e 9 milhões de pessoas estão desabrigadas na China e Índia. As enchentes também atingiram Bangladesh, Nepal, Afeganistão e Paquistão, onde outras centenas de pessoas morreram.
Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, a inundação é a pior em dez anos na China. ¿Mais de 200 milhões de pessoas foram afetadas¿, diz um relatório da federação, que fez um apelo para conseguir US$ 7,7 milhões em doações com o objetivo de fornecer assistência a 400 mil pessoas que estariam ¿muito vulneráveis¿. Segundo o relatório, elas precisam urgentemente de arroz, água potável, roupa e cuidados médicos.
De acordo com Gu Qinghui, responsável pelos assuntos relacionados à Ásia na federação, as comunidades mais pobres dos países atingidos vão levar meses ou até anos para se recuperar. ¿Milhões de hectares de terras cultiváveis estão sob água e milhares de casas foram destruídas¿, disse Qinghui. O governo chinês estimou os prejuízos diretos em US$ 6,9 bilhões.
No domingo, 69 trabalhadores ficaram presos em uma mina de carvão alagada na Província de Henan, no centro da China. Ontem, a agência de notícias oficial Nova China divulgou que os mineiros estavam vivos. ¿Os 69 estão num lugar seguro e passam bem¿, disse a agência. À tarde, a elevação das águas do Rio Huaihe ameaçava romper os diques que protegiam Henan.
Nas regiões indianas de Assam e Bihar, pelo menos 24 pessoas morreram só nos últimos dois dias - entre elas, 3 crianças. ¿As enchentes pioraram muito durante a noite (de domingo para segunda-feira)¿, disse Bhurmidhar Burman, secretário do governo de Assam. No leste da Índia, a inundação de pequenos aeroportos, ferrovias e estradas deixou grandes regiões isoladas.