Título: Brasil exporta mais para a UE
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/07/2007, Economia, p. B8

País já está entre os 10 maiores parceiros do bloco

Apesar da falta de acordo de preferências tarifárias, o Brasil passou a integrar a lista dos dez maiores parceiros comerciais da União Européia (UE). Dados publicados ontem revelam que as exportações brasileiras aos 27 países do bloco aumentaram 17% nos quatro primeiros meses do ano, taxa superada apenas pelos chineses.

O Brasil exportou 9,9 bilhões entre janeiro e abril, colocando-se na nona posição entre os principais fornecedores ao mercado europeu. Em 2006, o País havia terminado como 12º e, entre janeiro e abril daquele ano, as vendas haviam sido de 8,5 bilhões.

O Brasil também se tornou o décimo maior destino dos produtos europeus, com 6,2 bilhões, ante 5,6 bilhões nos quatro primeiros meses de 2006, um crescimento de 11%, a quinta maior taxa e bem acima da expansão média das exportações européias no mundo, de 4%. Os russos lideram em crescimento nas importações, com 29%, ante 18% da Índia. O resultado é o aumento do superávit comercial a favor do Brasil. A balança atinge 3,7 bilhões, ante 2,8 bilhões no ano passado.

Um dos motivos da alta foi a manutenção da expansão das exportações agrícolas, como frango e carne bovina. Apesar do embargo contra a aftosa mantido em relação à carne de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, as vendas continuam crescendo. Só as exportações chinesas aumentaram mais que as do Brasil neste ano.

As vendas de Pequim cresceram 23%, para 71 bilhões. Em valores, a China já é a maior fornecedora ao mercado europeu, superando os EUA, que venderam 61 bilhões.

No geral, a Europa somou exportações de 455 bilhões em quatro meses, mas acumula déficit de 67 bilhões no período. O valor é um pouco inferior aos 72,6 bilhões de déficit no primeiro quadrimestre de 2006. Parte da redução ocorreu por causa da queda no déficit energético. Os europeus acumularam déficit de 81,7 bilhões entre janeiro e abril no setor energético, ante um saldo negativo de 95 bilhões no mesmo período de 2006.

O que não pára de crescer é o déficit com a China, que até abril chegava a 50 bilhões, ante 38 bilhões em igual período de 2006. Com os americanos, a balança é favorável.