Título: Meta oficial de exportações sobe para US$ 155 bi
Autor: Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2007, Economia, p. B9
Resultado dos últimos 12 meses permite rever projeção; superávit de julho foi 41% inferior ao de julho de 2006.
Brasília - O governo elevou a meta para as exportações deste ano de US$ 152 bilhões para US$ 155 bilhões, anunciou ontem o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat. O aumento tomou por base o desempenho dos últimos 12 meses, quando as vendas ao exterior somaram US$ 150,433 bilhões. Como a expectativa é que os embarques continuem a crescer este ano, o governo considerou seguro elevar a projeção.
A revisão otimista foi feita apesar de julho ter registrado queda na média diária das exportações, que foram de US$ 641,8 milhões. O número é 1,3% menor do que o de julho de 2006 e 2,1% menor do que o de junho deste ano. Meziat atribuiu a queda a fatores sazonais: ¿Não se identifica uma perda de fôlego¿.
Em julho de 2006, as exportações foram atipicamente altas porque naquele mês os fiscais da Receita encerraram uma greve e houve acúmulo de embarques. Por isso, a comparação com julho deste ano mostra queda. Já a retração na comparação com junho foi atribuída pelo governo às oscilações entre um mês e outro por causa de atrasos em embarques.
Em julho, as exportações somaram US$ 14,120 bilhões, um recorde para o mês, enquanto as importações romperam a casa dos US$ 10 bilhões, atingindo US$ 10,773 bilhões. O saldo chegou a US$ 3,347 bilhões, mas foi 40,8% menor que o de julho de 2006 (US$ 5,66 bilhões). No ano, o superávit acumulado chegou a US$ 25,2 bilhões, 4,8% inferior ao do período de janeiro a agosto do ano passado.
Os números da balança confirmam a tendência de crescimento das importações em ritmo bem mais forte do que o das exportações. De janeiro a julho, as exportações cresceram 16,9% na comparação com igual período de 2006, enquanto as importações subiram 27,9%.
O perfil das importações, porém, mostra um quadro mais positivo na economia, segundo Meziat. Enquanto no ano passado as compras no exterior eram concentradas em bens de consumo duráveis, agora os números mostram que as importações de bens de capital e matérias-primas e produtos intermediários crescem na mesma proporção. Esse comportamento indica que há mais investimentos no Brasil e também reflete mais atividade na indústria.
Já a taxa de crescimento das exportações tenderá a cair ao longo do ano, adiantou Meziat. Isso porque o segundo semestre de 2006 teve exportações muito fortes, por isso a comparação mostrará crescimento menor do que até agora. O dólar barato, segundo ele, não levou à queda das exportações porque as empresas estão compensando o câmbio desfavorável com aumento da produtividade, renegociação de preços e vendas a outros mercados.