Título: Médicos são detidos como suspeitos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/07/2007, Internacional, p. A13
Vindos do Iraque e da Jordânia, eles são acusados por ataque em Glasgow e pelos carros-bomba em Londres
Cinco médicos estão entre as oito pessoas presas até ontem à noite pelas polícias britânica e australiana nas investigações do ataque contra o aeroporto de Glasgow, na Escócia, no sábado, e do plano para explodir dois carros no centro de Londres, descoberto na sexta-feira. Uma fonte da polícia britânica revelou os nomes de dois médicos: o iraquiano Bilal Abdulla, de 27 anos, e o jordaniano Mohammed Asha, de 26. Um terceiro médico seria um indiano, mas a polícia não confirmou a informação. A nacionalidade dos dois últimos não foi revelada. Segundo a TV CNN, Abdulla e o motorista do Jeep Cherokee usado no ataque em Glasgow foram também as pessoas que estacionaram os dois Mercedes com cilindros de gás propano, grandes quantidades de gasolina e pregos na sexta-feira, no centro de Londres. Os dois já estariam sendo investigados pela polícia antes do ataque de sábado.
Abdulla, segundo as fontes, era um dos ocupantes do Cherokee lançado em chamas contra o terminal de passageiros do aeroporto escocês. No ataque, o motorista, cujo nome ainda não foi divulgado, sofreu queimaduras graves e foi internado no Hospital Royal Alexandra, em Paisley, a poucos quilômetro de Glasgow. Numa aparente coincidência, uma funcionária do Royal Alexandra informou que Abdulla era médico do hospital, mas não está claro se o iraquiano, formado em 2004 em Bagdá, ainda trabalha no local.
Asha e sua mulher foram presos no sábado, perto da cidade de Cheshire, no centro do país. O neurologista trabalha no Hospital North Staffodshire, em Stoke-on-Trent (leia mais ao lado). Tanto Asha quanto o terceiro médico moram em Newcastle-under-Lyme. Suas casas estão entre as 19 já vasculhadas pela polícia.
A imobiliária que alugou uma casa para Abdulla e o motorista do Cherokee na cidade de Houston revelou que policiais procuraram seus funcionários minutos antes do ataque no sábado, perguntando sobre um número de celular, que seria de um dos dois suspeitos.
Mais dois suspeitos de envolvimento nos incidentes de Glasgow e Londres - um homem de 28 anos e outro de 25 - foram presos domingo à noite em Paisley. Outro suspeito, de 27 anos, foi detido ontem no aeroporto australiano de Brisbane. Segundo a procuradoria-geral da Austália, ele trabalhava como médico no país, mas não tem cidadania australiana.
Policiais provocaram ontem duas explosões controladas no Royal Alexandra. No domingo, o esquadrão antibomba explodiu um carro estacionado na frente do hospital. O veículo não continha explosivos, mas estaria ligado ao caso, segundo fontes vinculadas às autoridades. Informações oficiais sobre o caso não têm sido divulgadas pelo governo britânico.
Com o alerta de segurança em nível 'crítico', o mais alto da escala britânica, aeroportos do país estão com vigilância reforçada. No aeroporto de Stansted, o terceiro maior de Londres, um alarme falso fechou o local por mais de uma hora.