Título: ONU prevê crescimento maior em 2007
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/07/2007, Economia, p. B10
Expectativa é de expansão média de 3,4%; previsão anterior era de 3,2%
O bom momento da economia mundial levou a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a revisar para cima suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Dois dos principais organismos econômicos internacionais se reuniram ontem em Genebra para debater o cenário financeiro e, apesar dos riscos, a conclusão é de que a redução do ritmo de expansão prevista para 2007 não será tão pronunciada como se esperava.
As Nações Unidas projetam crescimento de 4,8% para a América Latina neste ano. Há seis meses, a expectativa era de 4,2%. Segundo a ONU, o desempenho de várias economias latino-americanas 'surpreendeu'.
A região, portanto, deve repetir o mesmo desempenho de 2005, mas ainda ficará abaixo dos 5,7% atingidos em 2006. Para 2008, a previsão é de um crescimento de 4,4%.
Para a ONU, os resultados de Brasil, Argentina e México ficaram 'acima do esperado' nos primeiros meses do ano. Alguns dos fatores que contribuem para o crescimento são a alta da demanda doméstica e o desempenho das exportações. Além disso, a inflação na região atingiu o menor nível da história, com 5% em 2006.
No caso do Brasil, a ONU aposta em um aumento na demanda doméstica e na consolidação de uma balança comercial positiva para o País, graças à manutenção do crescimento das exportações. Segundo o relatório, a revisão do cálculo do PIB brasileiro mostrou que consumo e investimentos estão em condições mais robustas do que o esperado.
A ONU estima que a economia mundial deverá apresentar mais um ano de crescimento em 2007, chegando a 3,4%. A taxa é inferior aos 4% de 2006, mas não tão baixa como se pensava inicialmente. A ONU estimava que a taxa seria de 3,2%. Segundo o levantamento, 90 países terão uma alta de seus PIBs acima de 3%.
Para 2008, a previsão é de um aumento do PIB mundial de 3,6%. Entre os países ricos, o crescimento será de 2,3%, uma alta de 0,1 ponto porcentual em relação aos cálculos iniciais. Para o próximo ano, o crescimento dos países ricos deve chegar a 2,5%.
O FMI também aponta para um ano de forte crescimento, mas estima que a taxa seja de 5%. Segundo o vice-diretor-gerente do Fundo, Murilo Portugal, a diferença no cálculo existe porque a ONU utiliza a paridade de poder de compra para estipular o PIB dos países.
Para Portugal, um dos grandes responsáveis pelo cenário de sólido crescimento é a previsão de recuperação da economia americana para o segundo semestre do ano e para 2008, depois de uma queda relativa nos primeiros meses deste ano. Parte da recuperação ocorrerá graças à correção no mercado imobiliário e da alta de investimentos.