Título: País ainda não definiu posição no FMI
Autor: Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/08/2007, Economia, p. B7
Nota divulgada por Mantega afirma que apoio refletirá opção mais compatível com as reivindicações brasileiras
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou nota ontem para afirmar que a posição do Brasil no processo de escolha do novo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) refletirá a opção que mais se mostre compatível com as reivindicações brasileiras. 'Na sua condição de governador da cadeira que representa o Brasil e mais oito países de nossa região no âmbito do FMI, o ministro da Fazenda realizará consultas e acompanhará o desenrolar do processo sucessório no Fundo antes de definir sua posição na eleição do novo diretor-gerente', diz a nota.
Por enquanto, há apenas um candidato ao cargo de diretor-gerente do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, que foi recebido anteontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa audiência da qual participaram Mantega e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Mantega afirma que a decisão refletirá a opção mais compatível com as principais mudanças defendidas pelo Brasil, apresentadas ontem a Kahn. 'O governo brasileiro reiterou sua insatisfação com o funcionamento e com a atual estrutura do FMI e transmitiu ao candidato a sua preocupação com três pontos fundamentais', informa a nota.
O Brasil defende a mudança do sistema de votação e de representação do Fundo, para permitir maior participação do Brasil e dos países em desenvolvimento. Também reivindica que seja abandonada a tradição de que o dirigente máximo do FMI seja necessariamente europeu e, por fim, que haja uma reforma dos procedimentos do Fundo para conciliar seus programas de ajustamento e estabilização com a promoção do desenvolvimento econômico e social dos países membros, especialmente os mais pobres.