Título: Sarkozy deve indicar socialista para FMI
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/07/2007, Internacional, p. A20
Ex-ministros da Economia Dominique Strauss-Kahn e Laurent Fabius seriam opções do presidente francês
Em mais uma medida para reforçar a posição da França no cenário internacional, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deve propor um francês para presidência do Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com o jornal Le Monde, os candidatos de Sarkozy para substituir o espanhol Rodrigo Rato, que deixa o cargo em outubro, são dois ¿caciques¿ da oposição socialista: Dominique Strauss-Kahn e Laurent Fabius, ambos ex-ministros da Economia.
O governo e os assessores dos dois políticos evitaram comentar a informação do Le Monde. ¿O presidente responderá essa questão nos próximos dias¿, disse o porta-voz David Martinon, acrescentando que tanto Strauss-Kahn quanto Fabius são ¿homens de valor¿.
Jean-Cristophe Cambadelis, aliado de Strauss-Kahn, afirmou que o ex-ministro não fará nenhum comentário até que Sarkozy faça uma declaração oficial. Ontem, o presidente francês reuniu-se com Fabius para discutir com o socialista o novo tratado europeu, que será negociado pelo bloco no final do ano.
O apoio de Sarkozy a Strauss-Kahn ou Fabius, além de deixar claras as aspirações internacionais de Sarkozy, reforça a tendência do novo presidente francês de quebrar as barreiras partidárias no país.
Ao formar seu novo governo, Sarkozy nomeou ministros do centro e da esquerda francesa. A indicação mais polêmica foi a do chanceler Bernard Kouchner. Socialista, Kouchner foi expulso do partido, que o acusou de traição.
ESCÂNDALO
Juízes vasculharam ontem o escritório do ex-primeiro-ministro francês, Dominique Villepin, que estaria envolvido numa tentativa de desmoralizar Sarkozy em 2004. Na quinta-feira, as autoridades realizaram uma busca na casa do político. De acordo com fontes judiciais, Villepin teria incentivado o envio de cartas anônimas à Justiça, nas quais Sarkozy, então ministro da Economia, e outros políticos são acusados de terem contas ilegais num banco de Luxemburgo.
Investigadores teriam descoberto mensagens no computador de outro envolvido no caso, que indicariam que Villepin incentivou o envio das acusações falsas, numa tentativa de abalar a campanha presidencial de Sarkozy. O ex-primeiro-ministro, que teve de interromper as férias para acompanhar as buscas, negou as acusações.