Título: Petrobrás chega a 27% do setor e assusta a líder Braskem
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2007, Economia, p. B16

A Petrobrás passa a ter 27,1% do mercado brasileiro de eteno após a compra das participações da Suzano Petroquímica. A estatal, até a semana passada, detinha 21%. O cálculo considera a divisão do mercado de eteno, uma das principais matérias-primas da cadeia do plástico, que hoje tem na Braskem - empresa do Grupo Odebrecht - o grande controlador, com 57%.

A capacidade instalada de produção de eteno nas quatro centrais petroquímicas do País alcança atualmente 3,485 milhões de toneladas por ano.

O avanço da participação estatal no setor fez acender a luz amarela no setor. A Braskem, sócia da Petrobrás na Copesul - depois de juntas adquirirem a Ipiranga Petroquímica -, acha que a estatal deve esclarecer melhor qual será o papel na reestruturação das duas centrais do Sudeste, a Petroquímica União (PQU) e a Rio Polímeros (Riopol). ¿A Petrobrás precisa esclarecer melhor se o movimento de aquisição da Suzano faz parte de um plano para ser controladora e gestora ou este movimento será sucedido por acordos com setores privados?¿, questiona Marcelo Lyra, vice-presidente de relações institucionais da Braskem.

A empresa, líder do setor no País, considera a ofensiva da Petrobrás um ato transitório, que culminará na transferência de ativos para o setor privado. ¿Mas isso é algo ainda a se conferir¿, pondera, o executivo. Em princípio, parece ter sido esta a intenção da Petrobrás no Sudeste. Sem condições de mediar um acordo entre dos dois candidatos à consolidação (Unipar e Suzano), elegeu um e bancou a saída do outro.