Título: Lucro da AmBev recua 3,9% no semestre e chega a R$ 1,094 bi
Autor: Ribeiro, Marili
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/08/2007, Negócios, p. B13
No País, vendas de cerveja cresceram 4,6% e as de refrigerantes, 10,6%.
A Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) teve queda de 7,2% no lucro líquido apurado no segundo trimestre de 2007, quando comparado a igual período do ano anterior. O lucro ficou em R$ 448,7 milhões, ante R$ 483,3 milhões no mesmo intervalo do ano passado. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a companhia lucrou R$ 1,094 bilhão, com queda de 3,9% frente ao mesmo intervalo de 2006.
O presidente da companhia, Luiz Fernando Edmond, insistiu em ressaltar que esse resultado é conseqüência direta da amortização de ágios das operações de compra das empresas Labatt, no Canadá, Quinsa, na Argentina, e Cintra, no Brasil. 'Trata-se de um recurso contábil já previsto, que impactou apenas no lucro líquido', reforça Edmond. 'O resultado operacional no trimestre (de R$ 1,848 bilhão) é 16,5% superior ao obtido no mesmo período do ano passado'.
Entre as razões relacionadas pelo presidente da AmBev para o que considera 'ótimo desempenho'estão o aumento das vendas em todas as regiões onde a companhia opera nas Américas, a manutenção dos custos de fabricação estáveis no período, além do aumento da distribuição direta, considerada mais eficiente e barata. No trimestre, o volume de vendas foi 4,9% superior ao de igual período de 2006. No Canadá, as vendas cresceram 4,7%. Nos mercados latino-americanos servidos pela Quinsa, o aumento foi de 6,7%.
No caso específico do Brasil, que responde por 66% do resultado da AmBev, o aumento do preço das cervejas, em média de 4%, também ajudou a engordar o cofre. O volume de vendas no País cresceu 4,6% em cervejas e 10,4% em refrigerantes e afins. Essa categoria segue puxada pelo refrigerante com menos gás que imita água, o H20H!
DISPUTA
Em cervejas, a AmBev teve perda de participação de quase 2 pontos porcentuais no consumo de suas marcas no mercado nacional. Pelos dados do instituto Nielsen, a cervejaria tinha 69,3% de participação em dezembro de 2006. Chegou a junho de 2007 com 67,4%.
Uma das concorrentes mais aguerridas da AmBev no segmento, a mexicana Femsa, informou ontem que suas vendas cresceram '2,4 vezes mais que as da líder do segmento no período'. A Femsa Cerveja Brasil, fabricante das cervejas Sol e Kaiser, teve crescimento de 8,1% no segundo trimestre comparado ao mesmo período de 2006. Em volume de vendas, o aumento foi de 11,4% no Brasil, ante 4,9% da concorrente. A companhia não informa os valores absolutos de venda da subsidiária brasileira.