Título: Para FAB, Congonhas não suporta mais vôos
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/08/2007, Metrópole, p. C5

O Departamento do Controle do Trafego Aéreo da Aeronáutica (Decea) informou ontem ser contra a proposta das companhias aéreas de ampliação de vôos no Aeroporto de Congonhas feita anteontem ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. As companhias querem voltar a fazer 44 pousos e decolagens por hora no terminal. O Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) aprovou, por unanimidade, no final de julho, que, mesmo depois do final das obras de colocação de grooving (ranhuras para facilitar o escoamento de água) na pista principal do aeroporto, os pousos e decolagens devem ficar limitados a 33 movimentos/hora.

Para o governo, esse número de movimentos foi estipulado com base na capacidade do aeroporto de receber 12 milhões de passageiros por ano.

Até o acidente com o Airbus da TAM, que deixou 199 mortos, o aeroporto estava operando com 48 pousos e decolagens em horários de pico. Com isso, os atrasos eram freqüentes e o aeroporto recebia 18,8 milhões de passageiros por ano, volume muito acima de sua capacidade.

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sergio Gaudenzi, acredita que o assunto tem de ser estudado e avaliado, conforme apresentação de justificativas técnicas. 'Se as empresas apresentarem um estudo que comprove ser possível aumentar o número de vôos sem causar transtornos, não vejo por que o Conac não vai discutir a questão. Mas há um dado importante nessa discussão que é a capacidade do aeroporto, que está no limite, com 33 pousos e decolagens. Então, tudo isso tem de ser discutido e muito bem conversado.' Só depois que Jobim tiver analisado as justificativas encaminhadas pelas empresas aéreas é que ele definirá sobre o assunto. Um novo encontro deverá ocorrer na semana que vem.

PISTA

Gaudenzi disse ainda que vai mandar os engenheiros da empresa estudarem as queixas apresentadas pelos pilotos de que a pista de Congonhas ficou mais escorregadia, depois das obras realizadas durante o mês passado. 'Acho difícil ter ficado mais escorregadia depois das obras. Mas, se eles estão falando, vamos verificar.'