Título: Petistas negam que nome de Ciro será vetado em 2010
Autor: Rosa, Vera e Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/07/2007, Nacional, p. A8

Apesar dos afagos diplomáticos, há quem defenda um candidato do PT.

Depois de dizer que não aceita ser vetado como possível candidato da coalizão governista, em 2010, o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB-CE) recebeu ontem afagos diplomáticos de alguns petistas e enfrentou resistência de outros. ¿Não existe veto. E não é apenas que não exista veto. É melhor que isso. Ciro é um interlocutor importante do PT e uma das principais lideranças da coalizão¿, afirmou o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.

Em entrevista publicada ontem pelo Estado, Ciro afirmou que a escolha do candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sucessão não pode ser feita com base em vetos. O ex-ministro disse que, da mesma forma, não tem o direito de vetar nenhum nome. Também cobrou a discussão de um projeto para o País depois do governo Lula e sustentou a tese de que o presidente não fará o sucessor se ficar amparado apenas nas realizações do primeiro mandato. Ciro fez duras críticas e cobrou avanços em setores como educação, saúde e segurança.

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), reiterou que, ¿da parte do PT, não há veto ao Ciro¿. Embora com a ressalva de que a discussão sobre a sucessão presidencial é precoce, o dirigente petista foi além e incluiu o deputado na lista de possibilidades. ¿Ciro Gomes é uma liderança que tem que ser levada em consideração para a Presidência da República¿, afirmou. Tanto Berzoini quanto Dulci elogiaram a ¿lealdade¿ de Ciro a Lula. ¿As pessoas o respeitam muito dentro do PT pela trajetória progressista e pela lealdade ao presidente Lula¿, disse o ministro da Secretaria-Geral.

Houve, no entanto, quem insistisse em um nome do PT para a sucessão. Apesar de ter defendido a presença do PSB numa grande aliança, o deputado petista Cândido Vaccarezza (SP) apontou como ¿natural¿ um candidato de seu partido à Presidência e do PMDB à vice. Destacando que ¿é cedo para as pessoas lançarem candidaturas¿, ele defendeu que, em 2010, todos os partidos que integram a coalizão ¿estejam unidos em torno da aliança central PT/PMDB¿. ¿Vamos buscar nome que unifique e que tenha condição de ganhar a eleição¿, sustentou o deputado. ¿O PT foi o partido mais votado e o PMDB o segundo partido mais votado nas últimas eleições. É natural que a aliança central seja PT/PMDB¿, explicou Vaccarezza. Ele ressaltou, porém, que a prioridade dos petistas agora são as eleições municipais.

O ex-ministro José Dirceu comentou em seu blog a entrevista de Ciro ao Estado. Considerou-a ¿simples, direta e objetiva¿. E elogiou: ¿Ele coloca o dedo nos graves problemas do Brasil. Esse é o Ciro Gomes. Uma entrevista à altura de um dos prováveis candidatos à Presidência da República em 2010.¿