Título: Maioria aposta em corte de 0,5 ponto no Copom de julho
Autor: Assis, Francisco Carlos de e Leonel, Flavio
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/07/2007, Economia, p. B10

De 66 instituições consultadas, 62 prevêem redução da taxa para 11,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deverá reduzir em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic) na sua reunião de julho, de atuais 12% ao ano para 11,5%, segundo as previsões de 62 de um total de 66 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado. A reunião deste mês, a de número 128, será nos dias 17 e 18, terça e quarta-feira, em um momento em que o mercado ainda digere o imbróglio criado pela definição da meta de inflação de 2009 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.

Pouca coisa mudou no cenário econômico desde o Copom de junho até agora, afirma o economista-estrategista da Modal Asset, Alexandre Póvoa - a não ser a discussão sobre a meta de inflação. Isso, para ele, é um forte argumento para que o Copom mantenha o ritmo de corte de 0,5 ponto da Selic. ¿O fato é que temos uma inflação projetada de 3,7% para este ano e de 4% para 2008. Portanto, mesmo que a inflação suba na margem, há um espaço muito grande a ser percorrido até chegar aos 4,5%¿, diz Póvoa.

Quanto à discussão sobre a fixação da meta e a declaração de Meirelles, de que o BC buscaria uma meta de inflação inferior, o economista é bastante objetivo. ¿Não cabe ao BC contestar a meta de inflação fixada pelo CMN. Cabe a ele buscar o que foi acertado¿, diz Póvoa, acrescentando que, a partir de setembro, é discutível a volta dos cortes de 0,25 ponto da Selic.

O economista Sérgio Vale, da MB Associados, também está entre os que esperam a redução de 0,5 ponto. ¿Se cortar 0,25 ponto da Selic agora, o Copom indicaria para o mercado que errou na magnitude da redução na última reunião.¿ Mas, para setembro, Vale acredita que o Copom voltará a cortar menos a taxa de juros por causa da alta que o mercado começou a projetar para o IPCA.

¿Não faz sentido numa reunião cortar 0,5 ponto porcentual e, na seguinte, reduzir 0,25 ponto¿, diz o economista e sócio da Costa Rego & Associados, Luiz Carlos Costa Rego. Ele citou como exemplo a inflação medida pelo IPC-Fipe na primeira quadrissemana de julho, que veio em 0,48% ante uma taxa de 0,55% no fechamento de junho. ¿É uma mostra de que não há pressão inflacionária.¿