Título: Bush adverte Maliki sobre relações com Irã
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Fonte: O Estado de São Paulo, 10/08/2007, Internacional, p. A15

Presidente americano diz que vai conversar com premiê iraquiano sobre a influência de Teerã

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, insistiu ontem que o Irã é uma força desestabilizadora no Iraque e disse que ele e o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, têm a mesma opinião sobre o governo do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad. O discurso de Bush veio um dia depois do início da viagem de Maliki ao Irã.

O presidente americano qualificou o país de Ahmadinejad de uma 'nação problemática' que deveria ser isolada. 'Quando nós pegarmos o Irã desempenhando um papel não construtivo no Iraque, haverá um preço a ser pago', ameaçou.

Bush afirmou que o premiê iraquiano também vê o Irã como um perigo para a segurança do país árabe. 'Maliki sabe que as armas usadas por insurgentes no Iraque são contrabandeadas do Irã', disse. 'No entanto, se o premiê acredita que a influência do Irã é positiva, então terei de conversar com ele.'

Durante o discurso, Bush conclamou o povo iraniano a rejeitar Ahmadinejad. 'Sei que vocês podem escolher um governo melhor do que o atual.'

Foi a segunda vez na semana que Bush teve de reiterar sua posição contra o Irã. Na segunda-feira, ele alertou o presidente afegão, Hamid Karzai, para ser cauteloso em relação à influência iraniana no Afeganistão.

No Irã, o governo negou as acusações de Washington e disse estar empenhado em ajudar a restabelecer a segurança no Iraque, mas manteve sua opinião de que a paz só chegará quando os Estados Unidos deixarem o país. 'Estabelecer a paz e a tranqüilidade no Iraque depende da retirada dos ocupantes de seu território', afirmou o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki.

PEREGRINAÇÃO EM BAGDÁ

Centenas de milhares de pessoas tomaram ontem as ruas da capital iraquiana por causa de uma peregrinação a uma importante mesquita xiita que ocorrer até sábado. Segundo o clérigo xiita Hazem al-Aaraji, cerca de 2 milhões de pessoas devem participar da peregrinação.

A polícia iraquiana adotou um forte esquema de segurança em Bagdá para evitar a repetição da tragédia que aconteceu na mesma peregrinação em 2005, quando mais de mil pessoas morreram pisoteadas após um tumulto.